Whiplash
Damien Chazelle escreve e realiza Whiplash, um filme absolutamente electrizante. Miles Teller, já conhecido por The Spectacular Now e Rabbit Hole, dá vida a Andrew Neiman, um baterista de jazz que é aceite na mais prestigiada escola de música dos Estados Unidos – The Shaffer Conservatory.
Enquanto praticava já tardiamente no seu quarto, Neiman capta a atenção do infame professor e maestro dessa mesma escola, Terence Fletcher, protagozinado por J.K. Simmons e cujo extraordinário desempenho lhe valeu um Globo de Ouro nesta que é já a 72.ª edição dos mesmos.
Fletcher procura um baterista alternante para a sua Studio Band e Neiman consegue o papel ao ser bem sucedido numa audição consequente da entrada-surpresa do maestro numa das suas aulas. Integrando assim a sua ilustre banda, o jovem baterista começa a dar importantes passos rumo à conquista do seu sonho.
Contudo, rapidamente comprova a fama do implacável professor, cujos métodos de ensino são no mínimo pouco ortodoxos, chegando este a atirar uma cadeira na direcção de Andrew por não estar a tocar no tempo certo. Não só é a partir deste momento que começa o verdadeiro desafio, como é também a partir dele que testemunhamos o melhor trabalho da carreira de Miles Teller até à data.
Ao som da bateria regem-se os cortes e as panorâmicas, colocando-nos em palco e estimulando os nossos sentidos. Não é ao acaso que é dado tal título a este filme. Advindo de uma composição de Hank Levy, compositor de jazz e saxofonista americano, o título adquire uma pluralidade de significados, podendo aludir tanto a um sentimento de exaustão, muito presente durante todo o filme, como à disciplina acutilante materializada na chicotada.
Filmes como este põem em causa a determinação e a força de uma vontade, de um sonho. Whiplash é absolutamente inspirador. Demarca-se pela imprevisibilidade do seu enredo e relembra-nos a beleza do jazz, através de um retrato do que é necessário para ser memorável e conquistar um lugar entre os “grandes”.
“There are no two words in the English language more harmful than good job.”
AUTORIA
Sebastião Sabino frequenta o curso de Audiovisual e Multimédia. Começou por experimentar programação e construção de circuitos eletrónicos, passando depois a contornar nuvens aos comandos de um avião da Força Aérea, até finalmente aterrar na ESCS. A sua paixão pela 7.ª arte fê-lo juntar-se à ESCS MAGAZINE, onde escreve sobre alguns filmes que vê e acha que tal equivale a uma licenciatura em jornalismo.