10 livros para ler enquanto (ainda) estás na ESCS
Só por si, fazer uma lista de dez livros constitui uma tarefa árdua. Então se estivermos a falar de uma lista destinada a alunos da ESCS torna-se quase impossível, pois, com uma quantidade tal de licenciaturas, mestrados e pós-graduações, é complicado entender as necessidades e os gostos de toda a população escsiana.
No entanto, o Made In ESCS investigou e chegou a uma conclusão: ainda que existam livros mais adequados a alunos que frequentam curso x ou y, outros são transversais.
Não sabemos se agradaremos a gregos e a troianos – neste caso, a futuros jornalistas, marketeers, RPs e produtores de audiovisual! Estás curioso? Espreita as nossas escolhas!
1984 – George Orwell
Imagina um regime político totalitário e repressivo. A isso, alia a falta de direitos dos cidadãos numa sociedade e a vigilância permanente a que estão sujeitos. Já ouviste a expressão “Big Brother is Watching You”? Está intrinsecamente conectada à perda de privacidade que tem vindo a aumentar devido às autoridades e à tecnologia. Como personagem fictícia, o “grande irmão” é habitualmente associado a Stalin ou Horatio Kitchener.
Se queres saber mais acerca do jargão orwelliano e entender o significado de um romance distópico na sua essência…ler este livro deve ser uma prioridade!
Mercator da Língua Portuguesa – Pedro Dionísio, Julien Lévy, Joaquim Vicente Rodrigues e Jacques Lendrevie
Com uma abordagem focada nos países de Língua Portuguesa e nos seus modelos de negócio, bem como nas suas estratégias e ferramentas de marketing tradicional e digital, a edição de 2015 contém também histórias de sucesso de Portugal e dos PALOP, de modo a cativar os alunos de Marketing a conhecer os casos que resultaram melhor e pior e, acima de tudo, entender as áreas em que vale a pena apostar, tendo em conta o desenvolvimento de cada setor económico e as especificidades culturais de cada povo.
Cartas a Um Jovem Jornalista – Juan Luis Cebrián
Juan Luis Cebrián já foi diretor do jornal El País e, em 1997, lançou este livro, através do qual se dirige a Honório, personagem que o questiona sobre as coisas mais simples que podem estar relacionadas com o mundo do jornalismo, como a distinção entre o destinatário e o leitor. Na verdade, Honório constitui todos os estudantes de Jornalismo que, ávidos de conhecimento, procuram chegar mais e mais longe, muitas vezes esquecendo-se de fazer as perguntas certas às pessoas certas.
Juan Luis Cebrián acredita que a comunicação é sinónimo de poder numa sociedade onde o capitalismo impera e o jornalismo possui uma forte responsabilidade social, tendo que proteger os interesses do público. Segundo o autor, a vocação existe, mas a aptidão significa ser curioso em relação ao mundo, culto em várias áreas, lutar, estar alerta perante a atualidade e, quando necessário, admitir que não se sabe tudo.
É incrível como Honório representa a ingenuidade dos estudantes e, Cebrián, a experiência dos profissionais… Se estudas Jornalismo, de que é que estás à espera para entrar neste universo?
Mudança Estrutural da Esfera Pública – Jürgen Habermas
Na perspetiva de Habermas, esfera pública é um conceito que abrange diversas dimensões de definição e análise. Resumidamente, pode afirmar-se que a esfera pública (para o autor, existiram as grega e feudal e, recentemente, a burguesa) representa uma dimensão do social que atua como mediadora entre o Estado e a sociedade e que, por sua vez, o público que vive nessa sociedade possui uma opinião pública. Para que ela seja formada, deve existir liberdade de expressão, de reunião e de associação.
Compreendendo estes conceitos, é fácil entrar na rede de histórias criadas por Habermas, que, interligando o desenvolvimento da esfera pública inglesa, francesa e alemã entre os séculos XVII e XX, constrói uma argumentação sólida capaz de cativar qualquer leitor.
A Crise do Audiovisual Europeu – Francisco Rui Cádima
Este livro gira em torno da insuficiência da “Diretiva Serviços de Comunicação Social Audiovisual” que, segundo o autor, “é de todo inaceitável”. A verdade é que a desregulação do sistema de conteúdos acaba por contribuir para a desregulação do sistema de informação e do conhecimento que, per si, não pode subsistir sem uma boa legislação.
Ao ler os objetivos primordiais desta diretiva, encontramos alguns como “Criar condições comparáveis em todos os países para os meios de comunicação audiovisual emergentes”, “Proteger as crianças e os consumidores” e “Salvaguardar o pluralismo dos meios de comunicação social” – infelizmente, não é necessário estudar comunicação ou ser profissional numa das vertentes da área para entender que todas essas metas não estão a ser atingidas.
Analisando vinte anos de políticas quase sempre mal-sucedidas, o autor concebeu uma análise essencial para todos os estudantes ou aficionados dos media.
Consumer Behaviour – Leon Schiffman e Leslie Kanuk
O comportamento do consumidor é o estudo dos indivíduos, grupos ou organizações e os processos que utilizam para selecionar, usar e dispor os produtos, serviços, as experiências e ideias para satisfazer as suas necessidades e os seus desejos. Também está relacionado com os impactos sociais e económicos que os comportamentos de compra e consumo têm no consumidor e na sociedade, a um nível mais abrangente.
De modo lógico, os autores explicam a teoria e a prática do comportamento do consumidor, o uso e a importância da pesquisa dos hábitos de consumo e a forma como os fatores sociais e culturais influenciam a tomada de decisão do consumidor.
Modelos de Negócio e Comunicação Social – Gustavo Cardoso, Carlos Magno, Miguel Crespo e Tânia de Morais Soares
O livro, resultado de um estudo produzido através de inquéritos, bases de dados, relatórios e entrevistas a personalidades do mundo da comunicação social portuguesa, pretende abrir os caminhos da gestão da comunicação social e das redações bem como explicitar conceitos como Telcos, Legacy Media, Novos Media e Start-Ups Jornalísticas.
Publicado em 2015, nele os autores identificam as áreas de transformação da prática jornalística e traçam um cenário para os media portugueses até 2020.
Gustavo Cardoso, investigador do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia, apresentou como pedras basilares do futuro do jornalismo a exploração da sua vertente digital, o jornalismo em rede, a função económica do jornalismo e a sua função social.
Queres saber mais? Não hesites em ler este livro!
TED: Os Segredos de Comunicação das Conferências Mais Carismáticas do Mundo – Carmine Gallo
Mais ou menos tímidos, com muita ou pouca coragem, de Jornalismo, Audiovisual e Multimédia, Publicidade e Marketing, Relações Públicas e Comunicação Empresarial, etc., todos nós sonhamos em pisar o palco de uma conferência TED (Technology, Entertainment, Design) e apresentar uma das nossas ideias espetaculares – bom, talvez ainda nem a tenhamos bem definida, contudo, definimos esse dia na nossa mente, imaginamos as palavras que iremos proferir…!
Se o sucesso se concentra naqueles que sabem vender as suas ideias, no universo dos media, essa questão é fulcral. Quem sabe comunicar eficazmente chega mais longe.
Os oradores da TED usam técnicas que cativam as suas audiências e, se queres conhecer os seus pequenos grandes segredos, podes folhear este livro!
Análise Económica – Conceitos e Exercícios Resolvidos – Maria Emília Fialho de Sousa e Orlando Gomes
Os bens de luxo para aqui, o modelo do multiplicador keynesiano para ali, o custo total para acolá… Mesmo que não te dês muito bem com números, tornar-te-ás num pequeno economista se leres este livro e realizares os exercícios propostos!
Força!
Intuição, Ação e Criação: Graphic Design Thinking – Ellen Lupton (organização)
Neste livro, a autora explicita as três etapas principais do processo de design: a definição dos problemas, a criação de ideias e a criação de forma.
Para além disso, apresenta trinta recursos para conceitualizar e formalizar projetos gráficos, desde métodos rápidos, como brainstorming (explora a capacidade criativa de um grupo), conexões forçadas (desenvolver ideias a partir de justaposições abstratas de objetivos, inventários e ideias) e sprinting (pequenas equipas desenvolvem protótipos ou exploram objetivos de negócio específicos em quatro dias), até sistemas de investigação mais formais, como grupos focais (técnica de pesquisa ou de avaliação qualitativa onde a coleta de dados é realizada através das interações resultantes da discussão que um grupo tem acerca de um tópico sugerido pelo investigador), co-design (os designers trabalham em conjunto com os seus clientes ou até outras pessoas que usufruirão dos seus serviços) e protótipos. Podemos encontrar entrevistas com profissionais de renome que abordam os seus métodos, bem como as soluções que encontraram para enfrentar bloqueios criativos.
Já leste algum destes livros, isto é, colocaste um “visto” à frente do seu título? Achas que poderíamos ter acrescentado algo a esta lista?
AUTORIA
Se virem uma rapariga com o cabelo despenteado, fones nos ouvidos e um livro nas mãos, essa pessoa é a Maria. Normalmente, podem encontrá-la na redação, entusiasmada com as suas mais recentes descobertas “AVIDeanas”, a requisitar gravadores, tripés, câmaras, microfones e o diabo a sete no armazém ou a escrever um post para o seu blogue, o “Estranha Forma de Ser Jornalista”… Ah, e vai às aulas (tem de ser)! Descobriu que o jornalismo é sua minha paixão quando, aos quatro anos, acompanhou a transmissão do 11 de setembro e pensou: “Quero falar sobre as coisas que acontecem!”. A sua visão pueril transformou-se no desejo de se tornar jornalista de investigação. Outras coisas que devem saber sobre ela: fica stressada se se esquecer da agenda em casa, enlouquece quando vai a concertos e escreve sempre demasiado, excedendo o limite de caracteres ou páginas pedidos nos trabalhos das unidades curriculares. Na gala do 5º aniversário da ESCS MAGAZINE, revista que já considera ser a sua pequena bebé, ganhou o prémio “A Que Vai a Todas” e, se calhar, isso justifica-se, porque a noite nunca deixa de ser uma criança e há sempre tempo para fazer uma reportagem aqui e uma entrevista acolá…!