As melhores músicas de 2016
Em 2016, tudo pareceu muito mais intenso. A música pop mais visível e comercial foi aquela que nos chamou a atenção para assuntos sociais e políticos. As canções mais tristes do ano foram feitas pelas lendas que partiram depois de as lançarem. O rock apresentou-se como um grito feito por bandas de gerações passadas. O hip-pop surgiu na voz de artistas emergentes, misturando, de alguma maneira, vários géneros musicais. Nunca teremos outro ano como 2016 – quer para o bem, quer para o mal.
Com isto, a ESCS Magazine reuniu as músicas que mais nos marcaram neste ano. Qual é a tua favorita?
Lyubov Pataliy: The Weeknd, “Starboy”
Desde que o The Weeknd começou a tornar-se mais conhecido no mundo da música, eu tornei-me fã dele. Considero-o um artista, um cantor que deixa a sua marca, e que não existe apenas para ser só mais um. Depois do grande sucesso de “Can’t Feel My Face” (que ainda hoje é o meu toque de chamada), surpreendeu-me com o seu tema mais recente “Starboy”. Também as restantes músicas do álbum são muito boas, mas esta é genial. Claro que a participação de Daft Punk ajudou nessa parte, tal como o videoclip também está muito bem produzido, e, por estas e outras razões, considero-a a melhor música de 2016.
Madalena Costa: Zayn, “Pillowtalk”
Para mim, esta foi a grande surpresa da música de 2016. O Zayn, ex-membro da boysband One Direction, surpreendeu tudo e todos com uma nova sonoridade, energia e um novo ritmo. Dizermos que o seu primeiro trabalho a solo foi um sucesso é um enorme eufemismo. O seu primeiro single “Pillow Talk” foi imediatamente para número um.
Sónia Sul: Ellot Moss, “Without The Lights”
Uma das melhores músicas do ano, que foi também uma revelação para mim, foi “Without The Lights” de Ellot Moss: um vídeo com uma mensagem forte, transmitida através de uma bela dança contemporânea ao ritmo de uma melodia que suscita uma agitação intríseca.
José Justo: The Weeknd, “Starboy”
O canadiano voltou aos estúdios este ano e teve a ajuda dos Daft Punk para fabricar esta música que, ouvida pela primeira vez, era sabido que iria invadir as rádios. Dito e feito: apesar de o álbum com o mesmo nome não ser a melhor obra do ano, ou mesmo de The Weeknd, desta união de forças resultou numa das mais cativantes canções do ano, com um refrão curto mas poderoso, que é o espetro da fama do artista: “Look what you’ve done!”
Maria Moreira Rato: peixe:avião, “Quebra”
Para além de ter sido o primeiro single de Peso Morto, quarto álbum da banda bracarense, possui toda uma atmosfera soturna e peculiar em redor de cada palavra e nota musical, o que espelha, sem dúvida alguma, o velho slogan: “o que é nacional é bom”.
Rita Remédio: Frank Ocean, “Pink + White”
https://vimeo.com/183253581
Escolhi a Pink+White do Frank Ocean, de um dos álbuns mais antecipados e aclamados de 2016, Blonde. A sonoridade quase tropical desta música devia ser razão suficiente para, nestes dias frios, irem logo ouvir esta música. Mas se não bastar, aqui fica: a Beyoncé participa no verso final.
Inês Messias: Frank Ocean, “Nikes”
“Nikes” é uma musica altamente refletiva: é nela que Ocean reflete, numa voz inicialmente distorcida, sobre o materialismo da sociedade contemporânea. É o seu cariz introspetivo e meditativo aliado a uma batida descontraida que faz de “Nikes” a música de 2016.
Miguel Alexandre: Beyoncé, “Formation”
A Queen B estreou este grito de guerra no intervalo da Super Bowl em fevereiro, antes de o mundo saber que Lemonade existia; pois “Formation” por si só é, até agora, o trabalho mais coeso, assertivo e desafiante da carreira de Beyoncé: uma declaração das origens da cantora e uma celebração da cultura afro-americana numa realidade que cada vez mais pretende negá-la.