Opinião

De moda em moda, perde-se a nova geração

Todos nós passamos pela adolescência e pela fase mais imatura, na qual o prato do dia é fazer um disparate que nos ajuda a crescer e que por vezes nem queremos recordar. No entanto, a nova geração tem-nos “brindado” com modas que nos fazem pensar sobre qual o rumo que está a seguir e como se deixa levar por essas ideias.

Uma das modas mais conhecidas é a da “Baleia Azul”, um jogo em que as pessoas, influenciadas por um moderador, têm de realizar 50 desafios, entre os quais o visionamento de filmes de terror, a automutilação, a privação de sono e a escalada de edifícios altos. Após estes desafios, as pessoas são incentivadas a cometer suicídio de uma determinada forma, ou seja, o objetivo é fazer uma “lavagem cerebral” a adolescentes, para que estes queiram acabar com a própria vida.

Apesar de só ter sido notícia no mundo em 2017, este jogo começou a ser divulgado no ano de 2013, na Rússia, um país bastante pacífico, que até quer recriar o filme “Hunger Games” na vida real. No entanto, apesar de o jogo neste país ter levado à morte de 400 adolescentes, nos restantes países não foi tão trágico.

Ainda há poucos anos, íamos com os nossos amigos pela rua e tocávamos às campainhas para depois fugir. Agora, a moda é estarmos isolados enquanto nos vamos deixando influenciar pelas ordens de um suposto moderador que vai dando instruções para agendar a nossa morte. Quando essa moda deixa de ser falada, eis que surge uma outra espetacular que consiste em queimar a pele com gelo e sal. Mas porquê? Qual é a curiosidade de queimar a pele e ficar com queimaduras que até podem ser fatais?

Uma coisa de que temos a certeza na vida é que vamos morrer e temos de aproveitar cada momento. Mas isso não implica aventurarmo-nos em experiências que nos podem matar e que não trazem prazer algum. Porque não criar modas em que as pessoas façam algo sem que se magoem física e mentalmente?

Não podemos nunca culpar apenas os jovens desta nova geração, por três razões: os problemas como a depressão ou a bipolaridade existem e levam a que algumas dessas pessoas sejam mais “frágeis”; a tecnologia evoluiu imenso e permite que estas modas se espalhem por todo o mundo; e todas as gerações fizeram os seus disparates, também eles por vezes perigosos, mas sem que tivessem consequências mortais como acontece nos dias de hoje.

É verdade que esta geração tem uma mentalidade “imatura” difícil de compreender, mas não a podemos deixar perder o rumo. Temos de nos unir enquanto sociedade e encontrar soluções – por exemplo, o jogo da baleia cor-de-rosa foi uma ótima forma de sensibilizar as pessoas e, ao mesmo tempo, tentar ajudar os adolescentes que pudessem vir a ser vítimas do jogo “mortal”. Porque não começar a publicar mais notícias de situações agradáveis e positivas?

A vida é feita de momentos bons e momentos menos bons, mas se só a alimentarmos com momentos maus nunca poderá haver o equilíbrio de que precisamos e com o qual tanto sonhamos.

 

AUTORIA

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Pedro Almeida, de 21 anos, é um estudante universitário do curso de Publicidade e Marketing, cuja paixão reside no Marketing, na escrita e na responsabilidade social.