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EDP paga quase 20 milhões de bónus a construtoras investigadas em Operações Marquês e Lava-Jato

Em 2017, a EDP pagou uma quantia extra de quase 20 milhões de euros às construtoras portuguesa LENA e à brasileira Odebrecht, responsáveis pela construção da Barragem do Baixo Sabor, em Trás-os-Montes. A quantia foi acordada após a inauguração da barragem, em 2016, aumentando em 55% o valor do projeto, atingindo um total de 760 milhões de euros pela obra.

A construção da barragem foi uma iniciativa de José Sócrates e após ter sido aberto, em 2007, um concurso público internacional para selecionar a empresa construtora, foi selecionada a empresa LENA, que constituiu uma parceria com a Odebrecht. As construtoras estiveram envolvidas nas operações Marques e Lava-Jato.

Sede da EDP, no Porto

Após ter sido aberta uma investigação pelo Ministério Público para determinar se teria existido corrupção e subornos na obra, o Ministro das Obras Públicas, António Mexia, reconheceu práticas irregulares entre a EDP e as empresas construtoras, contratando a EY Portugal para realizar uma auditoria externa.

A responsável pelo Setor das Operações Estruturadas da Odebrecht, Maria Lúcia Tavares, comunicou às autoridades brasileiras que houve seis transferências de subornos pagos no quadro da Barragem do Baixo Sabor, relatos incluídos na Operação Marquês. Também o ex-publicitário do PSD, André Gustavo Vieira da Silva, terá enviado um email onde propunha que os contactos entre a EDP e as empresas arguidas fossem agilizados. A EDP nega o conhecimento do email. O ex-publicitário foi detido em 2017 por corrupção no quadro do Lava-Jato.

Barragem do Baixo Sabor, em Bragança