Requalificação da Antiga Feira Popular de Lisboa vai custar 800 milhões de euros
O projeto vai criar mais de 15 mil postos de trabalho
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), apresentou hoje o projeto da Operação Integrada de Entrecampos, que vai custar cerca de 800 milhões de euros – apenas 100 milhões serão pagos pela Câmara de Lisboa. Fernando Medina considera que esta “é das maiores operações urbanísticas que a cidade de Lisboa conheceu nas últimas décadas”.
Falando aos jornalistas num périplo pelos vários locais que compõem esta empreitada, o autarca avançou que os vários espaços de escritórios que estão previstos edificar vão permitir a criação de “15 mil novos empregos” na cidade.
“O nosso objetivo é resolver vários problemas urbanos que a zona central de Entrecampos tem, ao mesmo tempo que conseguimos criar casas de renda acessível para as classes médias, conseguimos aumentar a oferta de escritórios, importante para o emprego, mais espaço público de qualidade e mais espaços verdes”, explicou o presidente da CM de Lisboa.
Os escritórios irão nascer nos terrenos da antiga Feira Popular de Lisboa e num espaço entre a Avenida Álvaro Pais e a linha do comboio, que atualmente estão vazios. Ao todo, serão 138 mil metros quadrados de espaço para escritórios.
“Queremos transformar o que é hoje uma zona central da cidade de Lisboa, mas não está devidamente desenvolvida, que é toda esta zona da Avenida da República, eixo das Forças Armadas e Avenida Álvaro Pais, no fundo um grande triângulo com cerca de 25 hectares, que tem várias lacunas no seu desenvolvimento. Queremos resolver esses problemas” de “forma integrada”, defendeu.
Além dos escritórios, a operação prevê a construção de 700 fogos de habitação de renda acessível na zona de Entrecampos, um parque de estacionamento público na Avenida 5 de Outubro, três creches e um jardim-de-infância, uma unidade de cuidados continuados e um centro de dia com valência de lar.
Quanto a prazos, Medina referiu que a primeira parte a estar finalizada será a reconversão dos prédios da Segurança Social ao longo da Avenida da República, que a Câmara vai adquirir e reabilitar para habitação, contando que esteja concluído ao longo de 2019.
A operação em si “irá desenvolver-se ao longo de vários anos”, e o investimento irá “situar-se em cerca de 750/800 milhões de euros”, sendo que a responsabilidade direta do município não deverá ser “inferior a 100 milhões”, explicou.
Este valor “corresponde ao custo da reabilitação e ao custo da construção direta em terrenos municipais”, sendo que o resto será “investimento de natureza privada relativamente aos terrenos e também à sua construção”, explicou. A operação será financiada pela alienação dos terrenos da antiga Feira Popular.