ROMA: um filme sobre nostalgia e pureza
“Roma” é o filme da Netflix que está nomeado para dez Óscares, incluindo o de Melhor Filme. O filme mostra um ano na vida de uma família de classe média, no México, nos anos setenta. O foco é dado à empregada da família, Cleo (representada por Yalitza Aparicio), que é também quem cuida carinhosamente das crianças.
(https://www.youtube.com/watch?v=6BS27ngZtxg)
Contudo, a meu ver, o mais importante de todo o filme não é a sua história. Não existem complexos diálogos entre as personagens, não há um enredo dramático repleto de peripécias e não é esse o objetivo de Cuarón com “Roma”. O fundamental do filme não é a história em si, mas sim a mensagem que o mesmo passa: uma mensagem de nostalgia, da importância da família na infância e a apreciação por alguém que cuida da casa e de todos (neste caso, Cleo).
“Roma” é uma janela para a vida real, não esconde as falhas das personagens nem dramatiza a história de forma exagerada, mostra apenas a vida quotidiana daquela família.
Um dos aspetos mais marcantes do filme é sem dúvida a imagem. Alfonso Cuáron (realizador e cinematógrafo) arriscou, de forma brilhante, recorrendo à simplicidade e às imagens a preto e branco, o que desperta na audiência o sentimento nostálgico e as lembranças de uma infância que, podendo até não ser igual à retratada no filme, é encontrada nos pormenores.
É um filme que marca pela pureza da fotografia e pelo impacto das personagens, o que o torna envolvente e impossível de esquecer, ou pelo menos de ficar indiferente.
Artigo revisto por: Ana Margarida