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Braço de ferro entre enfermeiros e governo continua

Esta sexta-feira, no protesto dos enfermeiros junto ao Hospital Santa Maria, em Lisboa, onde se encontrava a bastonária, o Sindicato – Sindepor – declara que irá prosseguir com uma providência cautelar para suspender a requisição civil dos enfermeiros, decretada na quinta-feira passada pelo Governo.

É afirmado, pelo governo, que os serviços mínimos definidos pelo tribunal arbitral não foram cumpridos e, assim, foi decretada requisição civil a 4 hospitais: Centro Hospitalar e Universitário de S. João, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga e Centro Hospitalar de Tondela-Viseu.

Em resposta, dezenas de enfermeiros juntaram-se em protesto em Coimbra, Viseu, Lisboa e no Porto.

Em Lisboa, em frente ao Hospital Santa Maria, a bastonária dos enfermeiros, Ana Rita Cavaco, declarou que esta situação se está a tornar insustentável.

Carlos Ramalho, do Sindepor, expôs que as acusações do governo são falsas e que o que realmente aconteceu foi terem sido adiadas operações que, na realidade, já iriam sofrer estas alterações mesmo que os enfermeiros não convocassem o seu direito à greve.

Catarina Barbosa, dirigente do Sindepor, declara que a requisição civil ‘’foi uma forma de dar a volta para apanharem os enfermeiros desprevenidos’’. Esclarece também que ‘’nós continuamos a dizer que os serviços mínimos foram garantidos” e refere que “um doente prioritário não é igual a um doente urgente’’. A seu ver, ‘’um doente urgente tem de ser operado no próprio dia, enquanto um doente prioritário é um doente urgente, mas que pode esperar. O doente mais prioritário que temos é uma oncologia de grau 4, tem de ser operado em 72 horas, logo, se não for operado naquele dia, pode ser operado um dia ou dois depois’’.

Relativamente ao crowndfunding, diz que “estamos tranquilos, estamos dentro da legalidade (…) São uma minoria as doações anónimas. Estamos mesmo seguros de que estamos dentro da legalidade’’. Lança ainda farpas ao governo, citando que ‘’ o primeiro-ministro até usou um crowndfunding para a sua campanha eleitoral em 2013’’.

Revisto por Ana Roquete