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Organizações internacionais alertam para a situação das populações afetadas pelo ciclone Idai

A UNICEF e a Amnistia Internacional (AI) alertaram para a situação das populações de Moçambique, Zimbabué e Malawi, após o ciclone Idai. A propagação de doenças e a falta de saneamento básico são o que mais afeta as populações locais. Segundo a UNICEF, cerca de 1,6 milhões de crianças necessita de assistência.

Ambas as organizações internacionais avisaram, em comunicados, sobre as condições precárias em que vivem as populações dos países afetados pelo ciclone Idai. Infraestruturas como escolas, hospitais, estradas e redes de comunicação sofreram danos profundos.

A Amnistia Internacional salienta a incapacidade dos governos de Moçambique, do Zimbabué e Malawi para lidarem sozinhos com uma tragédia desta dimensão. Deprose Muchena, Diretora Regional da AI no Sul de África, afirma que a ajuda internacional prestada até agora não é suficiente e que são necessários mais recursos financeiros e técnicos. “Dar mais assistência é imperativo para proteger os direitos humanos”, explicou em comunicado.

Há falta de fundos para fornecer a ajuda necessária às populações dos três países. A ajuda humanitária dada pelos governos não chega. “Dos 390 milhões de dólares necessários, só chegaram 88 milhões de dólares”, salientou Deprose Muchena.

A AI prevê a continuação de falta de alimentos para os próximos meses após a destruição de campos de cultivo pelas cheias. A destruição de infraestruturas dificulta o tratamento da água e consequente acesso a água limpa. A propagação de doenças derivada do consumo de água contaminada e de falta de alimentos é a grande preocupação de ambas as organizações. Apesar de existirem campanhas de vacinação, milhares de casos de cólera e de malária já foram registados.

Segundo a UNICEF, pelo menos 1,6 milhões de crianças sofrem com fome e a falta de água e necessitam de cuidados de saúde e proteção. As cheias que invadiram zonas já recuaram nos três países, o que permitiu que algumas famílias regressassem a casa. Milhares de pessoas continuam ainda em campos de evacuação.

O ciclone Idai atingiu Moçambique, o Zimbabué e Malawi a 14 de março. Matou mais de 1000 pessoas e muitas ainda se encontram desaparecidas e desalojadas. A passagem deste ciclone é já considerada o pior desastre natural que atingiu o sul de África em 20 anos.

Inês Abrantes

Artigo revisto por Andreia Jesus