Cor
Puxa-me!
Sou o homem perfeito
Que todos, menos eu, querem que seja.
Sou a cor desvanecida
Pela água que beija.
Não largues!
Ténue é a linha
Entre comodidade e loucura.
Quando a descobri,
Já longe me encontrava da cura.
Estás a ceder!
Mais transparente do que outrora,
Pensei-te perdida
A pintar paredes lá fora
De becos sem saída.
Encontrei-te…
Quando fui eu a procurar-te,
Dei por mim a encarar um espelho que não me refletia.
Era esta a cor mais vívida
Que outrora eu não via.
Autoria da imagem de destaque: Miguel Melo
Artigo revisto por Ana Sofia Cunha