Mariana Lamas: a ex-escsiana que inspira à mudança
Conhece o percurso da Mariana, ex-estudante de Audiovisual e Multimédia na ESCS, que não rotulava as suas ações, mas estas, no fundo, eram sustentáveis.
“Mesmo não usando a palavra Sustentabilidade, sempre tive preocupações relacionadas com a mesma”, revelou a ex-escsiana.
A “Mestre dos Passatempos” exemplificou que no secundário inscreveu a sua escola num concurso nacional que consistia na poupança de eletricidade em troca de eletrodomésticos para os vencedores. Acrescenta que este tipo de programas e ativações ajudam a contribuir indiretamente para uma menor pegada ambiental, visto que leva à consciencialização da população para as temáticas sustentáveis, ainda que possam existir outras motivações para a sua participação.
Sempre fez o básico, mas não ia muito além disso, não por se considerar desinteressada no assunto, mas por sentir que lhe faltava informação. “Os momentos em que senti que estava a alterar os meus hábitos e tomar novos comportamentos eram por contacto com alguém” – algo que considera positivo. Assegura que podemos e devemos tomar os comportamentos positivos dos outros como exemplo para as nossas próprias mudanças.
Durante o seu percurso na ESCS, foram surgindo vegetarianos no seu grupo de amigos, o que a levou a procurar entender as suas motivações. Mariana resolveu aprender sobre este regime alimentar e até mesmo explorar a possibilidade criativa que existe por detrás das refeições sem carne.
Durante o seu Mestrado, integrou a agência Social Animals, como produtora de conteúdo, tendo trabalhado com marcas de renome nacional. Atualmente, é People and Logistics Head e Visual Communication Head na ONG Reboot.
A organização Reboot surgiu da colaboração conjunta de uma equipa com experiência de 5 anos em eventos TEDxULisboa, que, devido à pandemia, decidiu dar o próximo passo na sustentabilidade. A Mariana conta ainda que, desde que fundaram o Reboot, a sua perspetiva sobre a sustentabilidade mudou completamente. Com toda a motivação e know-how na organização de eventos, estão de momento a desenvolver a Primeira Exposição Imersiva sobre Sustentabilidade em Portugal (prevista para o ano de 2022), derivada do sentimento de existir uma lacuna na informação sobre esta temática no nosso país.
A organização Reboot tem, assim, a missão de restaurar o planeta, com o compromisso de incluir todos e respeitando o ritmo de cada um, focando-se nas áreas ambiental, financeira e social.
“Não te julgaremos se só agora começares a fazer a reciclagem. O importante é que continues aware e que aprendas para onde caminhar, que tomemos essas ações alinhados com o mesmo objetivo”, afirma.
Conta que estar no Reboot “é estarmos todos comprometidos para o mesmo objetivo – restaurar o planeta -, independentemente da velocidade de cada um”.
Para além disso, um outro aspeto que a ex-escsiana menciona é a alimentação, afirmando que, para além da diminuição das quantidades de proteína consumidas, considera como fulcral perceber a origem dos alimentos, ou seja, “confirmar que a sua produção respeita a ordem natural da vida animal”.
Devido à complexidade com que muitas vezes se fala sobre sustentabilidade, o Reboot pretende ajudar a comunicar este assunto de forma descomplicada.
A ex-estudante enfatiza que a temática que lhe dá mais “pica” debater e aprender é a questão das marcas na sustentabilidade, o tão conhecido “greenwashing”, ou seja, perceber o porquê de as marcas o fazerem e se têm consciência de que o fazem.
A deslocação era uma temática desafiante para a ex-escsiana, visto que se deslocava sempre de carro pela liberdade que lhe dava. “Não tinha noção da pegada ambiental que representava as deslocações que fazia”. Com a pandemia, percebeu que muitas das viagens eram dispensáveis, percebendo que podia agilizar melhor os seus horários, diminuindo o número de viagens e cumprindo as mesmas tarefas previstas. Agora com uma maior consciência, afirma ser capaz de mudar o seu comportamento após o desconfinamento, tanto na escolha do transporte, na manutenção e na forma como conduz.
Adicionalmente, uma das preocupações com que se debateu durante o confinamento foi o gasto de luz, ao estarmos sempre ligados. “Só quando me dei ao trabalho de desligar tudo o que tinha ligado, devido a um desafio interno do Reboot, é que me apercebi da quantidade de dispositivos que utilizava”.
Por fim, a ex-escsiana descreve a sua imagem do planeta, caso não cuidemos dele, como “caótica”. “Esta crise, que começou como ambiental, é influenciada pela condição financeira de cada país e rapidamente impactará a vertente social, já a acontecer em todo o mundo”.
Esclarece que, como nos sentimos seguros, deixamo-nos estar confortáveis, mas o mundo já está caótico. A doença Covid-19 é o exemplo perfeito de como estamos todos ligados, dado que começou na China e em pouco tempo se tornou numa pandemia mundial. O mesmo acontece com a crise climática. “Temos um mundo ligado e temos de pensar nele assim: não como uma crise climática, mas como uma crise global”. A menos que alteremos os nossos comportamentos, esta crise irá afetar todos os aspetos da nossa vida.
Inspira-te no percurso da Mariana Lamas e conhece e influencia as pessoas que estão à tua volta, com gestos pequenos, mas conscientes. Sê a mudança e propaga a alteração de comportamentos.
Artigo escrito por: Mariana Faria, membro da ESCS Mais Limpa
Artigo revisto por Miguel Bravo Morais
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