Cinema e Televisão

25 de Abril: filmes sobre a Revolução que mudou Portugal

No dia 25 de abril de 1974, militares ocupavam pontos estratégicos de Lisboa e “deitavam” abaixo a ditadura do Estado Novo. No 49º aniversário da Revolução dos Cravos, a ESCS Magazine deixa-te três filmes sobre esta efeméride, para que nunca te esqueças da sua importância.

Capitães de Abril 

Capitães de Abril, estreado em 2000 e dirigido por Maria de Medeiros, acompanha o golpe militar que mudou o destino do país e pôs fim à ditadura de Salazar.

Na madrugada de 25 de abril de 1974, a música Grândola, de Zeca Afonso, era emitida pela Rádio Clube Português. A célebre música serviu de sinal aos militares do Movimento das Forças Armadas para executarem um golpe de Estado e acabar com o regime ditatorial. O Capitão Salgueiro Maia, interpretado por Stefano Accorsi, marcha com o seu regimento por Lisboa. Entretanto, Manuel, outro veterano de guerra, interpretado pelo ator francês Frédéric Pierrot, toma a Rádio Clube Português.

A história acompanha ainda Antónia, interpretada pela também realizadora Maria de Medeiros, professora e mulher de Manuel, que se preocupa com um aluno que foi preso pela PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado).

Maia chega a Lisboa com ajuda de Gervásio, interpretado por Joaquim de Almeida, e no Quartel do Carmo recebe a rendição de Marcelo Caetano, pondo fim à ditadura.

Salgueiro Maia – O Implicado

O filme biográfico Salgueiro Maia – O Implicado retrata as histórias que ainda não foram contadas sobre o símbolo da Revolução dos Cravos. Este filme acompanha o percurso do Capitão de Abril e demonstra o porquê de este ser uma pessoa moderada, valente, educada e firme. Conseguimos ver Salgueiro Maia de outra perspetiva e homenageá-lo como homem, estudante, pai e militar.

Apesar de ser uma história de ficção, é baseada em factos reais, relatos pessoais, revelações íntimas e emoções reais de quem acompanhou o capitão ao longo de toda a vida. A narrativa é contada através de muitas analepses e prolepses; e constrói a imagem de um herói que não teve medo de enfrentar os canhões, mas também a imagem de anti-herói, pois foi esquecido pela nação, apesar de ter sido um dos principais rostos da Revolução.

O elenco deste docudrama, lançado em 2021, conta com nomes como Tomás Alves – que interpreta Salgueiro Maia –, Filipa Areosa, Rodrigo Tomás, José Condessa e Catarina Wallenstein.

A ação do filme realizado por Sérgio Graciano e com guião de João Lacerda Matos é baseada na biografia Salgueiro Maia – Um Homem da Liberdade, escrita por António de Sousa Duarte, em 1995.

Cartas da Guerra

Cartas da Guerra estreou em 2016 e é um filme baseado no romance de António Lobo Antunes D’este viver aqui neste papel descripto: Cartas da Guerra. O autor escreveu esta obra entre 1971 e 1973, quando combateu em Angola, na guerra colonial.

A história acompanha um jovem médico e aspirante a escritor, António, interpretado por Miguel Nunes. Este vê a vida interrompida quando é destacado para servir numa das zonas mais cruéis da guerra colonial: o Leste de Angola. Distante da sua esposa grávida, Maria José, este escreve-lhe cartas nas quais relata, com detalhe, as suas experiências em África. Além disso, descreve a sua rotina como médico do exército, relata o horror das mortes e demonstra tanto o seu amor pelo continente africano como o desejo sexual pela sua amada.

O filme é dirigido por Ivo Ferreira e conta com nomes como Margarida Vila Nova – que interpreta Maria José –, Ricardo Pereira, Tiago Aldeia, João Pedro Vaz e João Luís Arrais.

O filme foi escolhido pela Academia Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográficas para representar Portugal no Óscar de Melhor Filme Estrangeiro da octogésima nona cerimónia. Infelizmente, a obra não foi escolhida pela Academia Americana para estar presente na cerimónia e disputar o galardão.

Fonte da capa: Teatro Aveirense

Artigo revisto por Andreia Custódio

AUTORIA

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A Mariana está no segundo ano da licenciatura em Publicidade e Marketing e sempre sonhou em ser aluna da ESCS. Sempre gostou de escrever e, por isso, viu na ESCS Magazine a oportunidade perfeita para o fazer. Adora ler, ouvir música e ver as mesmas comédias românticas, vezes e vezes sem conta.