Num determinado dia, dia esse por cada um de nós celebrado todos os anos, passamos a integrar o mundo a que pertencemos. Logo aí, o contacto com pessoas torna-se indispensável, apesar de, nesses primeiros momentos, não termos consciência de tal.

Todavia, conforme o tempo vai passando, a nossa dependência em relação aos que nos rodeiam vai diminuindo, na medida em que já alcançamos uma certa autonomia. Esta, por sua vez, vai tendo tendência para aumentar, facto inegável e experienciado por todos nós.

Mas isso significa que as relações interpessoais deixam de ser necessárias? Obviamente que não. Crescemos, evoluímos, e esse processo contínuo acarreta uma imensidão de relações e conexões com as pessoas ao nosso redor. 

Já não somos totalmente dependentes delas, talvez, para suprimir necessidades ditas como básicas. Mas há um conceito por todos nós conhecido que me leva a crer totalmente que as relações com os outros continuam, não só,  a ser preponderantes, como também essenciais.

Esse conceito é, sem dúvida, a amizade. Quantos de nós já nos deparamos com situações em que “um ombro amigo” foi a nossa salvação? Tenho a certeza de que todos, e mais do que uma vez.

No meu entender, a amizade é tão vital como termos um lar que nos abrigue. É impensável imaginar um mundo ou, simplesmente, um contexto social que não dependa deste conceito para se fortalecer.

Porque sim, a amizade tem esse poder. Fortalece. Torna possível. Permite-nos enfrentar situações indesejáveis com mais coragem. E também nos proporciona memórias incríveis, ao ponto de todos nós já termos desejado, pelo menos uma  vez que fosse, que todos os bons momentos vividos dentro de uma relação de amizade pudessem ser revistos numa sala de cinema com um balde de pipocas na mão. Algo impossível, utópico,  porém sonhado.

A procura por pessoas que nos compreendam e à nossa forma de ser, nos apoiem, nos proporcionem momentos memoráveis e nos façam sentir como que “em casa” revela a nossa necessidade humana primária de nos sentirmos acolhidos, de termos a quem recorrer, de termos pessoas com quem rir, chorar, compartilhar emoções e crescer. 

É por isto que digo que amizade é um lar, que amizade é abrigo. E é indispensável. Indispensável para a nossa construção interior enquanto seres humanos. E indispensável para o nosso bem-estar, felicidade e aprendizagem.

Então, ao longo do nosso percurso que é a vida, acredito que nunca devemos desperdiçar oportunidades de conhecer novas pessoas, de nos inter relacionarmos, de criarmos novas e fortes conexões. Se forem as certas,  nunca haverá lugar para arrependimentos, mas sim para alegria, partilha e, acima de tudo, muitos sorrisos.

Fonte da capa: Unsplash

Artigo revisto por Maria Batalha