Música

Três rádios para quem quer uma alternativa à música mainstream

No final de novembro, o Spotify lançou o já conhecido Spotify Wrapped – uma retrospectiva musical do ano de 2023. Não foi surpresa para mim quando vi que o meu Spotify Wrapped revelava que eu tinha passado mais de 74 mil minutos a ouvir música, só naquela aplicação. Este número poderia ser muito maior se o restante tempo não fosse passado a ouvir rádio no carro, entre idas e vindas até à faculdade, por exemplo. 

O que mais gosto na rádio é a sua capacidade de se destacar dos outros meios de comunicação e conseguir captar a atenção de qualquer um, apenas com o poder do som e da voz. Em Portugal, são inúmeras as estações de rádio que podemos ouvir “em casa, no carro, em todo o lado” e que nos oferecem informação, música e entretenimento. 
Com este artigo, deixo de lado as rádios mais mainstream e conhecidas por todos para dar a conhecer três rádios que eu costumo ouvir frequentemente e que, musicalmente, satisfazem os meus gostos mais underground e alternativos.

Rádio Batida.fm  (107.2 Lisboa, 94.3 Porto, 103.0 Coimbra)

A Batida.fm nem sempre se apresentou com este nome. Nasceu a 5 de agosto deste ano e é mais conhecida como Vodafone.FM, que, apesar de ter chegado ao fim, continuou a sua missão com um nome e marca diferentes. É a rádio ideal para quem gosta de ouvir música durante longos períodos de tempo, já que se limita apenas a transmitir músicas e não inclui, nas suas emissões, a vertente informativa ou de entretenimento. 
De todas as rádios que ouço e considero “underrated”, a Batida.fm é a minha favorita e a que mais se aproxima do meu estilo musical. Tal como a sua antecessora, a Batida.fm está direcionada a um público mais jovem e foca-se em artistas alternativos dos mais diversos géneros musicais, para além de contar com uma forte presença de música portuguesa. O Hip-Hop é uma das sonoridades que mais se ouve nesta rádio e, no caso português, Profjam, T-Rex, Slow J, Nenny, Sippinpurpp e Dillaz são alguns dos artistas que se podem ouvir. Quanto aos artistas internacionais, Tyler, The Creator, Steve Lacy, Daniel Caesar, Tom Misch ou Kaytranada tocam quase todos os dias na Batida.fm.

Rádio Marginal (98.1 Cascais, Lisboa)

A Rádio Marginal possui um carácter eclético a nível musical e não se foca apenas numa faixa etária e, por isso, consegue agradar tanto a um público mais jovem, como a um público mais velho. É uma rádio fortemente ligada à cultura e é através de programas como A minha Praia ou Saudades do Brasil que se exploram novas sonoridades. A importância dada a diferentes géneros musicais como Rock, Jazz, Pop, R&B ou MBP das mais mais variadas décadas é o que mais atrai os ouvintes que procuram música de qualidade. Até hoje, a Rádio Marginal é a única rádio portuguesa que conheço que costuma passar músicas das minhas duas bandas favoritas – Jamiroquai e Kings Of Convenience – que, por se enquadrarem num lado mais alternativo, não costumam ser ouvidas noutras rádios. 
À semelhança da Batida.fm, também na Rádio Marginal se podem ouvir artistas portugueses como Ana Moura, Pedro Mafama, Stereossauro, Eu.Clides ou Dino D’Santiago. A música que está “mais perto do mar” quebra fronteiras e oferece sonoridades como Silva (Brasil), Corinne Bailey Rae e Amy Winehouse (UK), Daft Punk (França) ou Earth, Wind & Fire (EUA). Quanto aos festivais de verão, a Rádio Marginal destaca a sua ligação ao Super Bock Super Rock e ao EDP Cool Jazz, que representam na perfeição a música e a mensagem que a rádio de Cascais pretende transmitir aos seus ouvintes.

Fonte: Facebook

Antena 3 (100.3 Lisboa) 

A rádio da “alternativa pop e da nova música portuguesa” não é desconhecida do público português, mas ainda não recebe o devido valor e reconhecimento pela sua programação de qualidade. Da mesma forma que a Antena 3 abriu portas à Escola da Vida de Sam The Kid, a música portuguesa tornou-se num dos pilares desta rádio, que abre caminho a novos talentos como Filipe Karlsson, MARO ou Conan Osíris, mas também a nomes com raízes já estabelecidas na cultura musical portuguesa, como Capitão Fausto ou Linda Martini. 

Mais do que uma rádio, a Antena 3 tornou-se numa das principais vozes da cultura nacional e internacional em Portugal e que, mais do que informar sobre cultura, pretende também educar os ouvintes com a sua programação.

Os episódios do programa Hip-Hop 50 estão disponíveis na RTP Play. Fonte: RTP Play

Para celebrar os 50 anos do nascimento do Hip-Hop enquanto estilo musical, Rui Miguel Abreu dá voz a um programa dedicado a esse movimento cultural que nasceu no Bronx na década de 1970, mas que rapidamente se espalhou aos restantes cantos do mundo.

O programa, que chegou recentemente ao fim na Antena 3, conta com 50 episódios, cada um deles escrito e produzido minuciosamente para que não ficassem perdidos no tempo alguns dos mais importantes momentos que contam a história do Hip-Hop. Cada episódio do programa “Hip Hop 50” é dedicado a um álbum “que conta a história de uma cultura que celebra 50 anos”, de um artista ou grupo musical que desempenha um papel fundamental na história de um dos géneros mais bem sucedidos da indústria fonográfica a nível mundial, mas que, ao mesmo tempo, é marginalizado pelas suas origens.

Fonte da capa: TechHive

Artigo revisto por Beatriz Santos 

AUTORIA

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A Mariana Jerónimo tem 24 anos é aluna do Mestrado em Jornalismo e tem o sonho de produzir e apresentar um programa dedicado à música numa rádio de renome do nosso país. Enquanto isso não acontece, é através da secção de Música que quer dar a conhecer aos leitores o que de melhor há na vida: a Música. Ao mesmo tempo na secção de Desporto escreve sobre outra das suas paixões, a Fórmula 1. A Mariana costuma dizer que as suas maiores qualidades são o seu sentido de humor e o gosto musical: desde o Hip-Hop e R&B, ao Indie, passando pelos Clássicos do Rock e sem esquecer o MPB, ela é o Spotify em pessoa.