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COP28: Ação climática imediata para evitar catástrofe ambiental

A COP28 decorreu entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, nos Emirados Árabes Unidos. Durante estes dias, diplomatas e líderes mundiais reuniram-se para discutir as negociações anuais sobre a ação climática. Mas o que é a COP? E quais os assuntos em destaque nesta conferência?

A Conference of Parts, mais conhecida como COP, faz parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre alterações climáticas. A COP28 é, então, a 28.ª cimeira organizada, que reúne anualmente os 178 países que fazem parte deste tratado internacional, celebrado em 1992, no Rio de Janeiro.

As reuniões, organizadas todos os anos pela ONU, têm como objetivo acompanhar as mudanças climáticas e, paralelamente, mitigar as emissões de gases provocadas pela ação humana. Além das medidas aprovadas em cada conferência, alguns dos resultados são a sensibilização das sociedades e das elites políticas, bem como a conciliação de métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência financeira.

Foto: REUTERS/Thomas Mukoya

COP28

A 28.ª edição desta cimeira tem sido tema de algumas controvérsias ligadas ao país e aos líderes escolhidos para organizar o evento. No final de cada COP é escolhido o país que irá acolher a conferência seguinte, que varia entre os estados pertencentes às Nações Unidas. Neste ano de 2023 foi a vez da presidência dos Emirados Árabes Unidos e do ministro da Indústria nacional, Sultan Ahmed  Al Jaber, que é também presidente da petrolífera Abu Dhabi National Oil Company. Esta associação entre a cimeira anual responsável pela justiça climática e os gurus da comercialização de petróleo levantou dúvidas sobre possíveis conflitos de interesses.

O que está a ser discutido?

Na COP28 foi feito, pela primeira vez, um balanço global das reduções de emissões de gases com efeito de estufa. Os últimos dados sobre o fenómeno não são animadores: os recentes esforços levarão a uma redução de 2% das emissões de gases, mas cientistas avisam que é necessário reduzi-las em 43% até 2030, o que parece um objetivo quase inexecutável.

A União Europeia levou também uma proposta até à COP: o abandono global dos combustíveis fósseis, que, em conjunto com a meta de triplicar as energias renováveis esta década, é esperado que resulte num compromisso com a luta mundial contra as alterações climáticas. No entanto, os restantes países parecem mostrar-se divididos acerca do projeto.

Árabia Saudita e Rússia estão entre os vários países que pedem para focar a ordem de trabalhos da conferência na redução da poluição, deixando de lado o tema dos combustíveis fósseis (causadores da mesma). A eliminação gradual do uso de combustíveis fósseis é, então, uma fonte de opiniões antagónicas, que põe em causa o futuro do petróleo, carvão e gás.

Um também muito mencionado objetivo da COP associa-se ao apoio financeiro. Al Jaber aponta para 57 mil milhões como o total de financiamento angariado para os primeiros quatro dias de conferência, mas defende que os apoios económicos para a adaptação devem ser duplicados até 2025. “Parece um número elevado, mas fica muito aquém do necessário”, alerta a organização não-governamental Zero, que participa nesta COP. O presidente da cimeira chamou ainda a atenção para a necessidade de preparar territórios, tornando as cidades e infraestruturas mais resistentes.

Foto: Muhammed Enes Calli

Quem esteve presente?

Participaram na COP figuras políticas de mais de 190 países. Marcaram presença mais de 36 mil delegados entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, contando com observadores, negociadores e meios de comunicação social.

A COP28 contou com a presença de mais de 150 líderes mundiais. Entre eles estiveram o monarca britânico Carlos III, Papa Francisco, Joe Biden, Xi Jinping e António Guterres. A representar Portugal esteve o primeiro-ministro, António Costa, que falou na manhã de dia 2, reforçando a necessidade de agir imediatamente para evitar uma catástrofe climática.

Fonte da capa: ODI

Artigo revisto por Beatriz Félix

AUTORIA

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A Sofia sempre gostou de questionar o que a rodeia e de investigar aquilo que desperta a sua curiosidade. Quando estava prestes a terminar o ensino secundário perguntou a si mesma: “Porque não fazer disto a minha profissão?”. Alguns meses depois estava na ESCS a estudar Jornalismo. Daqui a uns anos, pode ser que a vejam na televisão como pivô ou correspondente internacional, mas, por enquanto, é redatora na secção de Informação da ESCS Magazine.