Erupção na Islândia: a força da natureza e dos humanos
No dia 14 de janeiro, uma nova erupção teve início na região de Grindavík, após uma anterior ter ocorrido em dezembro de 2023. O Gabinete Meteorológico da Islândia (IMO) deu-a como terminada na sexta-feira, dia 19 de janeiro, tendo provocado a perda de diversas casas.
Imprevisibilidade e consequências
Acreditava-se, há um mês, que uma nova erupção não viria a surgir, tanto que já se tinha dado permissão a alguns dos habitantes para retomarem às suas casas em Grindavík. Contudo, na madrugada de 14 de janeiro, a atividade sísmica intensificou-se substancialmente e os residentes de Grindavík tiveram de ser retirados prontamente para uma zona mais segura. Após a erupção de dezembro, as autoridades calculavam uma potencial erupção noutra zona, o que justifica terem dado permissão aos habitantes para retomarem a Grindavík.
Desta forma, as autoridades procuraram prevenir o pior cenário, dando início à construção de barreiras que pudessem impedir o avanço da lava, assegurando as habitações e infraestruturas locais. Contudo, a erupção ocorreu no interior dessas barreiras, invadindo a vila piscatória e destruindo vários lares.
Dados da situação
Esta erupção foi a segunda a surgir na mesma falha vulcânica. Formaram-se dois fluxos de lava de velocidades reduzidas, ao longo de duas fissuras – uma de 900 metros e outra de 100 metros. Na segunda feira, dia 15 de janeiro, Hjördís Guðmundsdóttir, cientista que também trabalha para a proteção civil, admitiu que parecia que o fluxo de lava estava a diminuir, ao mesmo tempo que o jornal RÚV confessou que a corrente de lava da segunda fissura parecia estar a estagnar. Contudo, especialistas suspeitavam ainda de uma pressão interior no magma, levantando o solo numa localidade perto de Grindavík. Assim, a erupção manteve-se ativa até ao dia 19 de janeiro.
Cenário de entreajuda
O diretor da proteção civil islandesa frisou que “este é o evento mais sério, no que diz respeito a erupções vulcânicas desde janeiro de 1973”. O dia 14 de janeiro foi dado como um “dia negro” pela primeira-ministra da Islândia, Karín Jakobsdóttir, tendo em conta os danos causados na vida das pessoas de Grindavík, bem como o impacto em todo o país.
Foi assegurada ajuda aos residentes, quer em garantir alojamento a todos os que ficaram sem casa, quer em proporcionar acompanhamento psicológico. Num discurso ao país, o presidente Guðni Th. Jóhannesson agradeceu o empenho de todos aqueles que ajudaram a população de Grindavík e apelou à esperança, que nunca deve ser perdida.
Desafios à versatilidade humana
Numa ilha com cerca de 33 sistemas vulcânicos ativos, indubitavelmente a região mais vulcânica da Europa, testemunhamos uma vez mais o poder incontestável da imprevisibilidade da natureza. São significativos os danos causados no país, deixando cicatrizes visíveis na paisagem e nas vidas dos habitantes. Testemunhamos também, uma vez mais, a bravura e a fé da população da Islândia.
Não só a força se manifestou na natureza, como também na resiliência do espírito humano. Um episódio desafiador à vulnerabilidade humana diante das forças naturais, mas que destacou a capacidade inquebrável da comunidade em enfrentar a adversidade. À medida que a poeira assenta e a atividade vulcânica estabiliza, a Islândia ergue-se, trazendo consigo uma nova apreciação pela vida e pela natureza que a rodeia.
Fonte da capa: Halldor Kolbeins/AFP/Getty Images
Artigo revisto por Liliana Braz
AUTORIA
A Madalena está no último ano da licenciatura em Audiovisual e Multimédia. Antes disso, já esteve em Engenharia Mecânica e em Relações Públicas. Tudo tem algo de interessante para a Madalena, o que faz com que queira aprender sobre tudo, por isso, também ser Redatora na ESCS Magazine, pelo seu gosto e interesse pela escrita. E a seguir a Audiovisual e Multimédia? Com certeza que irá aprofundar mais algum dos seus variados gostos... será Biologia? Música? Cinema?