Uma comunicação sem comunicação, confuso?
Comunicar sem comunicar: será confuso, intrigante, contraditório? A verdade é que vivemos num mundo onde comunicar, por mais difícil que seja, é essencial para todas as nossas ações, ao longo da vida. Existem diversas formas de comunicar, através de filmes/séries, música, linguagem gestual, entre outros.
Muitas pessoas confundem o ato de comunicar com o simples ato de falar, o falar que por si é muito superficial, é apenas lançar palavras para fora da nossa boca, para os outros ou para nós mesmos. Um exemplo disto seria as palavras que mandamos para o ar quando nos lembramos de alguma coisa, ou quando falamos com nós próprios através das informações que recolhemos ao longo do dia, seja para tentar entender melhor um assunto, ou simplesmente para verbalizar os nossos pensamentos.
Será fácil comunicar? É muito relativo. Do ponto de vista científico, a comunicação é o processo de troca de informações, ideias, pensamentos e sentimentos, de modo a estabelecer ligações, partilhar sentimentos e influenciar comportamentos.
Cada vez mais, a ideia de comunicação vai ficando obstruída ou não é bem executada, pois todos pensamos que sabemos comunicar da melhor forma e, por vezes, o problema é mesmo esse. A ânsia de querermos estar certos pode fazer com que ignoremos e rejeitemos por completo o ponto de vista da pessoa com quem estamos a discutir tal ideia.
Mais importante do que comunicar é saber ouvir, e é isso que falta na mente de muita gente. É o saber ouvir que nos faz entender melhor o outro lado e o que está a ser dito. Sem ouvir, fazemos decisões precipitadas, invalidando por completo o que nos está a ser transmitido pela outra pessoa. Quem diz pessoa diz filme, série, música, arte, e tudo o que nos transmite algo, não necessariamente pela fala.
A comunicação tem dois lados e, se um falha, falham os dois automaticamente, por mais implícito que seja. Por exemplo, quando alguém está a contar uma história a outrem, mas a outra pessoa não está a compreender, e, com vergonha, não diz nada, fingindo que entendeu. A pessoa que está a transmitir a informação fica na ilusão de que a outra está a acompanhar e a que está do outro lado não chega a entender nada do que se passou. Aqui conseguimos evidenciar uma conversa falhada que resultou nessa falha de comunicação de que falei há pouco.
A disposição para comunicar é algo que contribui positivamente para a boa comunicação. Não é necessário falar para dar a compreender que entendemos o que está a acontecer, porque um simples abano da cabeça transmite essa ideia. Por mais pequena que seja a ação, esta irá sempre mostrar o tipo de disposição de alguém no momento.
Uma comunicação sem comunicação é, infelizmente, a realidade de muitas pessoas. O vício nos aparelhos eletrónicos é um dos fatores que condicionam o bom ato de comunicar. É triste ver que algumas pessoas não conseguem passar um jantar de família sem pegar no telemóvel, ou um convívio entre amigos sem estar agarrado às redes sociais. São estas situações que precisamos de ter vontade para reverter e aproveitar mais os momentos, sem estarmos dependentes das tecnologias.
Fonte da capa: Unsplash
Artigo revisto por Miguel Calixto
AUTORIA
A Inga está no primeiro ano de licenciatura em Audiovisual e Multimédia. É uma amante de todas as formas de arte, desde música, cinema e televisão até exposições, teatro e artes plásticas. O seu envolvimento com a escrita sempre foi uma constante na sua vida, e ela sempre adorou dar a sua opinião sobre os diversos assuntos que rondam o mundo. Sempre que tem uma ideia, não hesita em anotá-la, esteja onde estiver. O enriquecimento cultural e o contributo para o seu desenvolvimento pessoal são algumas das razões pelas quais compartilhará as suas ideias na ESCS Magazine, juntamente com a sua habilidade para organizar seja o que for.