Futebol para Invisuais em Portugal
O futebol para invisuais é uma modalidade que tem vindo a crescer em Portugal, no entanto enfrenta desafios significativos. Apesar da dedicação dos jogadores e do crescente interesse em desportos adaptados, a realidade deste desporto é marcada por obstáculos estruturais e pela falta de visibilidade. Esta modalidade exige que os jogadores usem a audição, o tato, e uma a bola equipada com guizos, tendo uma presença discreta no panorama desportivo português, especialmente quando comparada com o que se passa no estrangeiro.
O que é o Futebol para Invisuais?
O futebol para invisuais é uma variante adaptada do futebol convencional, inserida no âmbito dos desportos paralímpicos. Nesta modalidade os jogadores em campo são cegos ou têm uma deficiência visual severa, enquanto o guarda-redes é uma pessoa sem deficiência visual ou com visão parcial. As regras são semelhantes às do futebol tradicional, com algumas adaptações para garantir a segurança e equidade entre os participantes.A bola contém guizos no seu interior, o que permite que os jogadores a localizem através do som.
O Futebol para invisuais em Portugal
Em Portugal, o futebol para invisuais deu os seus primeiros passos nos anos 90, embora tenha sido a partir do início dos anos 2000 que se verificou um maior desenvolvimento e organização desta modalidade. As primeiras iniciativas surgiram a partir de associações e instituições dedicadas ao apoio às pessoas com deficiência visual, como a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) e outras entidades regionais.
O país conta com diversas equipas amadoras e a prática deste desporto tem vindo a crescer, especialmente devido ao esforço conjunto de organizações desportivas como o Clube Atlético e Cultural Desporto adaptado e governamentais. Estas organizações trabalham em prol da inclusão, promovendo a prática desportiva como um meio de melhorar a qualidade de vida e integrar socialmente as pessoas com deficiência visual.
O empenho da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência (FPDD) tem sido crucial para o crescimento da modalidade, promovendo-a através de competições, treinos regulares e a participação em torneios internacionais.
Regras
As regras do futebol para invisuais têm algumas características próprias, criadas com o intuito de garantir a competitividade e a segurança dos atletas. Para além das dimensões mais reduzidas do campo e da presença de guizos na bola, algumas das principais diferenças em relação ao futebol tradicional incluem:
Silêncio no campo: Durante o jogo o público deve permanecer em silêncio, permitindo que os jogadores se orientem pelo som da bola e através da comunicação entre si.Orientadores: Existem orientadores posicionados atrás das balizas que ajudam a direcionar os jogadores para o local certo durante as jogadas, especialmente nos momentos de ataque.Guarda-redes: O guarda-redes, como referido, pode ter visão total ou parcial, mas deve permanecer numa área restrita, não participando diretamente nas jogadas em campo.
A Seleção Nacional de Futebol para Cegos
Portugal conta com uma seleção nacional de futebol para cegos, que tem representado o país em competições internacionais, como os Campeonatos da Europa e os Jogos Paralímpicos.
A seleção portuguesa tem conseguido obter bons resultados ao longo dos anos, refletindo o crescimento e a evolução desta modalidade em território nacional.
A equipa tem-se qualificado para o Campeonato da Europa ao longo dos anos, enfrentando algumas das seleções mais fortes do continente, como Espanha, França e Turquia. Também a participação em Campeonatos Mundiais de Futebol para Cegos tem sido uma realidade. Nestes torneios, a seleção compete contra as melhores equipas do mundo, como as do Brasil e da Argentina, países que, historicamente, têm dominado a modalidade.
A estrutura da Seleção Nacional é composta por atletas de várias equipas regionais que se destacam pelo seu desempenho e potencial no panorama do futebol para invisuais em Portugal.
Nos últimos anos, a seleção portuguesa tem demonstrado um desempenho consistente a nível europeu, posicionando-se entre as equipas a meio da tabela. Embora ainda não tenha alcançado os lugares de topo em grandes torneios, a evolução tem sido notável.
Fonte da Capa: Clube Atlético e Cultural Desporto Adaptado
Artigo revisto por Beatriz Morgado
AUTORIA
Foi na natação que descobri o meu amor pelo desporto. O meu interesse pelo mundo desportivo foi evoluindo quando comecei a fotografar competições de taekwondo e de badminton. Atualmente estou no segundo ano da licenciatura de jornalismo e um dos meus sonhos é no futuro, trabalhar em algo relacionado com desporto, seja através da escrita ou da lente de uma máquina fotográfica. Vejo na Magazine uma oportunidade para estar mais ligada ao desporto.
Fantástico Beatriz Lima! Nerm sabia que esta modalidade era praticada por invisuais! Estou ansiosa pelo próximo artigo!!