Inteligência Artificial: A Inovação em Discussão na Web Summit 2024
A Web Summit 2024 afirmou-se como ponto de encontro essencial para explorar o impacto transformador da inteligência artificial (IA) e das inovações tecnológicas na sociedade e no mercado de trabalho. Realizada entre 11 e 14 de novembro, a cimeira reuniu mais de 71 mil participantes de 160 países e contou com mais de três mil startup’s e cerca de mil investidores. Esta 9.ª edição em Portugal destacou-se pelo papel da IA, evidenciando não apenas os avanços tecnológicos, mas também os desafios éticos e sociais que emergem de um mundo cada vez mais automatizado e interligado.
Fonte: Blog da Web Summit
Diversas figuras de destaque subiram ao palco para partilhar as suas perspetivas sobre o futuro da IA e a sua influência na economia global. Executivos como Cristiano Amon, CEO da Qualcomm, Brad Smith, presidente da Microsoft, e líderes da indústria dos media, como Jessica Sibley da TIME e Nicholas Thompson da The Atlantic, apresentaram visões complementares sobre as oportunidades e os riscos da tecnologia.
Amon destacou o potencial disruptivo da IA generativa para transformar indústrias e criar oportunidades em mercados emergentes, como o Brasil. Por outro lado, Smith reforçou a necessidade de uma abordagem responsável, comparando a IA ao impacto transformador da eletricidade, mas alertando para os riscos de uma implementação descontrolada.
No domínio dos media, Jessica Sibley sublinhou como a Inteligência Artificial pode otimizar processos editoriais, permitindo aos jornalistas concentrarem-se em narrativas mais profundas. Já Nicholas Thompson enfatizou a importância da transparência e da ética no uso da tecnologia, reforçando que a IA deve ser uma ferramenta para enriquecer o jornalismo, preservando os seus valores fundamentais. Ambos concordaram que, apesar das oportunidades, a utilização responsável deste avanço tecnológico é crucial para manter a integridade jornalística e a confiança do público.
Paralelamente, intervenções como a de Sarah Herrlinger, Diretora Global de Acessibilidade da Apple, ilustraram como a IA pode promover a inclusão. Herrlinger apresentou inovações como o AssistiveTouch no Apple Watch, que permite controlar o dispositivo através de gestos simples, e o rastreamento ocular, que facilita a interação para pessoas com mobilidade reduzida. Estas iniciativas refletem o compromisso da Apple em desenvolver tecnologias acessíveis que melhoram a autonomia e a qualidade de vida de milhões de utilizadores.
Fonte: CNN Portugal
Além disso, vozes como a de Max Tegmark, presidente do Future of Life Institute, e Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web, enriqueceram o debate ao abordar a urgência de regulamentações claras para garantir o uso seguro e ético da IA. Tegmark alertou para os perigos de um desenvolvimento descontrolado da tecnologia, comparando a situação à história de Ícaro da mitologia grega, enquanto Berners-Lee defendeu uma reconstrução da web que priorize a ética, a privacidade e o empoderamento dos utilizadores.
Estas reflexões unânimes convergem para um ponto fundamental: o verdadeiro progresso da tecnologia não reside apenas nos avanços da IA, mas na capacidade de integrá-la de forma responsável, ética e inclusiva. A Web Summit 2024 destacou-se, assim, como uma plataforma essencial para repensar o futuro da inovação, lembrando-nos da responsabilidade que temos de moldá-la para criar um mundo mais equilibrado e justo. A pergunta que fica é: estamos preparados para liderar essa revolução com responsabilidade, ou vamos correr o risco de, como Ícaro, perder o equilíbrio e voar para o sol?
Fonte: Beatriz Lima
Fonte da Capa: Nidgroup
Artigo revisto por Joana Gonçalves
AUTORIA
A Leonor tem 20 anos e está no terceiro ano da licenciatura em RPCE. Visto que sempre gostou de escrever, começou a fazer parte da ESCS Magazine na secção do Mundo Académico e, no ano seguinte, aceitou o desafio de se tornar editora dessa mesma secção. Agora, dá o próximo passo e assume o cargo de diretora com motivação e empenho, enquanto continua a aprimorar as suas competências de escrita e revisão linguística.
Com 18 anos e vinda do Alentejo, a Marta está no segundo ano da licenciatura em Jornalismo na ESCS. Sempre de olhar curioso e mente inquieta, encontrou na ESCS Magazine um espaço onde pode explorar e partilhar o que mais a inspira. Começou como redatora nas secções de Cinema e Televisão e Música, e foi aí que descobriu o prazer de escrever sobre o que se vê e se ouve — e tudo o que isso pode provocar. Agora, como Editora de Artes Visuais e Performativas, continua a desafiar-se, procurando novas formas de olhar e comunicar o mundo artístico. Escrever é mais do que informar — é traduzir emoções.





