Opinião

A inteligência artificial no futuro

A repentina revolução da Inteligência Artificial (IA) será uma ferramenta essencial para o ser humano ou representa um perigo iminente? Ninguém pode responder com certeza a esta questão que se tornou frequente tema de debate. Esta discussão tem a capacidade de despertar, tanto curiosidade e excitação, como também um sentimento de medo e incerteza, uma vez que ninguém sabe o que o seu futuro comporta.

O que sabemos é que o seu súbito desenvolvimento tem sido espetacular nos últimos anos, e com isso surgem dúvidas. Como é que a IA afeta a sociedade? De que forma os empregos serão impactados? A IA pode possuir criatividade semelhante à humana? A derradeira questão para a qual não existe uma resposta consensual é se esta célebre revolução trará mais benefícios ou riscos, que podem mudar radicalmente o suposto “normal” de forma imprevisível. 

Fonte: Linkedin

Para respondermos a esta questão é importante conhecermos a evolução da IA. No seu começo a IA tinha apenas a função de automatizar tarefas e tornar processos mais eficientes, trazendo muitos benefícios a fábricas que viam as suas produções aumentar num espaço de tempo mais curto. Contudo, com o avanço do conhecimento de máquina a IA começou a tomar decisões, detetar falhas e ganhou a capacidade de escrever textos completos, entre outras funcionalidades. Desta forma, várias marcas expandiram o seu uso e atualmente conseguimos ver a sua marca em diversos setores, desde assistentes virtuais até à saúde e à educação.

Mais recentemente surgiram modelos generativos, sendo o Chat GPT o mais famoso. Aqui a IA evoluiu imenso, e passou de simplesmente analisar informação ou de praticar funções pré-programadas para a criação de conteúdo original através de pedidos humanos. Assim, surge uma das grandes questões em torno da IA: será que a IA consegue substituir o ser humano em funções criativas? Na minha opinião, não. É verdade que se pedirmos a uma IA para criar uma poesia da forma que queremos podemos obter os resultados pretendidos sem o mínimo esforço, porém a IA não possui experiências próprias, e é incapaz de transpor vivências, por isso, todas as suas criações se baseiam em experiências humanas, seja através de pesquisa em conteúdos digitais ou por meio de interações com outro ser humano, que ficam guardadas na sua base de dados. Desta forma, penso que a IA possa ser útil, poupando tempo em funções secundárias e tarefas repetitivas no nosso dia a dia de trabalho, contudo acredito que os processos criativos devem continuar a ser predominantemente humanos. Mesmo assim, devemos estar alerta, dado que a IA tem a capacidade de armazenar tantas interações e com elas evoluir a sua maneira de comunicar connosco, surge o receio de que um dia se possa tornar autónoma de forma inesperada.

Outra grande preocupação em relação às IA’s é o impacto que podem causar no mercado de trabalho. A verdade é que já estão a transformar o mercado de trabalho de maneira irreversível. Algumas profissões vão acabar por desaparecer, enquanto outras serão completamente reformuladas. Áreas de atendimento ao cliente, transportes e até a medicina estão a passar por grandes mudanças. Ao mesmo tempo, surgem novas oportunidades, especialmente para aqueles que trabalham com desenvolvimento, manutenção e regulação desta nova tecnologia.

Fonte: Milagre Digital

Perante este cenário, acredito que deverão ser tomadas medidas de forma a conseguirmos conviver de forma tranquila com esta nova realidade. O sistema educacional terá de evoluir, com o objetivo de formar profissionais aptos a trabalhar ao lado da IA, em vez de serem substituídos por ela. Terão de se ter igualmente em atenção os problemas que a IA pode causar, como a falta de criatividade, preguiça e ausência de pensamento crítico, por forma a que as camadas mais jovens não percam estas características cruciais. 

Atualmente, todos reconhecemos que a IA fará parte do nosso futuro e das futuras gerações, contudo não sabemos como a integraremos no nosso quotidiano e como seremos capazes de garantir o seu uso de forma correta, usando-a de forma ética e equilibrada.

É crucial incentivar debates globais sobre esta tecnologia de forma a que todos tenham acesso a esta nova tecnologia e a não ser “vista” como um privilégio de um grupo restrito que frequentemente é beneficiado. Para além desta justiça de classes, esse feito trará ainda benefícios à forma como encaramos a IA e como esta será desenvolvida no nosso dia a dia, já que teremos diferentes perspetivas culturais, sociais e financeiras.

Desta forma, acredito que se soubermos aproveitar todo o potencial da IA de forma correta, podemos ter “em mãos” uma ferramenta profícua e bastante benéfica, contudo ainda não conhecemos todas as suas capacidades e riscos, por isso, deve ser frequentemente regulamentada e observada com cuidado. Acredito que cabe agora ao ser humano garantir que esta nova tecnologia é usada para o bem e que como auxílio/ recurso em várias tarefas, conseguindo assim tornar-nos mais eficazes em tarefas secundárias, deixando mais tempo para as tarefas principais, conseguindo, assim, obter melhores resultados.

Fonte da capa: Blog Cubo

Revisto por Inga Carvalho

AUTORIA

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André Gonçalves é um estudante no primeiro ano da licenciatura de Relações Públicas e Comunicação Empresarial na ESCS. Desde pequeno tinha a certeza de que o seu futuro estava ligado à área da comunicação. É alguém que não gosta de estar parado e abraça todos os projetos que surgem. Adora desporto, sendo federado em futsal desde muito novo. Para além do futsal, é escuteiro e toca saxofone. Ao aceitar este desafio na ESCS Magazine espera trabalhar diversas ferramentas para o seu futuro profissional, mas também simplesmente escrever sobre temas do seu interesse, algo que gosta imenso de fazer desde novo.