Opositores ao Acordo Ortográfico reclamam referendo
Um fórum realizado na Universidade de Lisboa aprovou uma moção que defende que o Acordo Ortográfico de 1990, atualmente em vigor, deva ir a referendo. A moção defende que a obrigatoriedade do uso do Acordo Ortográfico no ensino e na administração pública deve ser imediatamente suspensa, e a sua possível aplicação em Portugal deve ser depois levada a referendo. O fórum “Pela Língua Portuguesa, diga NÃO ao ‘Acordo Ortográfico’ de 1990”, onde a moção foi aprovada, foi realizado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) no dia 14 de abril. Os subscritores da moção pensam que o Acordo Ortográfico falhou o seu objetivo de “unificação das variantes do Português” e que a “alegada simplificação corresponde a uma total insegurança ortográfica”. Por outro lado, os que defendem o Acordo Ortográfico não negam a existência de imperfeições ou de incongruências, mas pensam que é um pequeno preço a pagar por uma ortografia unificada. Se o jurista Miguel Barroso tiver razão, ainda há algum tempo para discutir o assunto antes de se esgotar o prazo de transição estabelecido para a aplicação do Acordo Ortográfico. Na sua intervenção na FLUL, o jurista tentou demonstrar, ao contrário da interpretação oficial, que esse prazo não termina no próximo mês de maio, mas sim em setembro de 2016, já que os seis anos previstos não devem ser contados, defende, a partir da data em que se efetuou o depósito da ratificação do 2º Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico, mas sim da data da publicação no Diário da República do aviso dessa ratificação, que só aconteceu em setembro de 2010.
AUTORIA
Ricardo Farinha frequenta o curso de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. Há já alguns anos que se deixou encantar pela Informação e Comunicação. Além de estar noutros núcleos escsianos, está envolvido em vários projetos jornalísticos, sobretudo na área da música.