Acolher para desenvolver
São várias as alternativas à típica praxe que muitos temem acabar no Meco. Desde pintar paredes na Ajuda a ser pintado por crianças, algumas faculdades lisboetas apostam em ideias que ajudem os caloiros não só a conhecer os novos colegas mas também a comunidade.
Os novos alunos do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa do próximo ano letivo vão ser recebidos, à semelhança deste ano, com uma panóplia de iniciativas pensadas para os receber de forma diferente e acolhê-los no ambiente académico de uma maneira que parece alternativa à típica praxe, mas que, porém, não a pretende substituir. O evento chama-se IULCOME e vai acontecer no início do próximo ano 2015/16, de 15 a 18 de setembro.
Primeiro conhecem a escola, depois, acompanhados por colegas mais velhos, professores e antigos alunos, os estudantes recém-chegados ao ISCTE, na Cidade Universitária, em Lisboa, serão desafiados a “propor e desenvolver soluções para problemas concretos da sociedade”. Pelo menos é essa a proposta da organização que procura repetir o evento do ano passado, alargando-a agora a toda a comunidade do ISCTE-IUL.
Estudantes, professores e funcionários não docentes vão trabalhar neste projeto que procura ajudar os novos alunos na transição do ensino secundário para o ensino superior, através de workshops e debates que pretendem fazer com que os alunos se conheçam e tenham um primeiro contacto com as áreas científicas sobre as quais se debruça o ISCTE. Para além do desenvolvimento de projetos empreendedores, este programa sugere ainda ações de voluntariado que alertam para “o espírito de responsabilidade social promovido por esta universidade”, pode ler-se numa brochura sobre o evento recentemente divulgada.
“O objetivo nunca foi substituir as praxes”, afirma Márcio Fazenda, presidente da associação de estudantes, em entrevista ao Observador em 2014, aquando da realização da primeira edição da iniciativa. Mais do que uma alternativa à praxe, o IULCOME é um complemento que permitirá aos novos alunos conhecer a faculdade e as pessoas que nela estudam e trabalham. Ou pelo menos é essa a proposta.
O voluntariado no lugar da praxe típica de caneladas e “ir às unhas” não é novidade. Os caloiros do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (Universidade de Lisboa), em 2012, saíram para a rua e pintaram as paredes da Igreja da Ajuda, numa ação solidária com a comunidade que acolhe aquela instituição.