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Trumbo

Captura de ecrã 2016-02-27, às 00.57.10 Trumbo é um filme biográfico sobre Dalton Trumbo, um guionista em Hollywood que viu o seu nome inserido numa “lista negra”, numa altura em que a indústria cinematográfica vivia com “o medo do comunismo”.

O filme é protagonizado por Bryan Cranston e o papel parece ter sido feito mesmo à medida da sua versatilidade. A sua interpretação garantiu-lhe a nomeação da Academia para Melhor Ator Principal e, ainda que este ano encontre adversários de peso na categoria, a sua interpretação é sólida o suficiente para merecer o seu lugar nas nomeações.

Trumbo é uma longa-metragem sobre Hollywood que não nos apresenta grandes surpresas. Talvez pelo seu caráter biográfico, manteve-se fiel aos acontecimentos e centrou as atenções na personagem principal, sem dar azo a que o resto do elenco contribuísse com algo mais.

A primeira metade do filme expõe-nos a luta de Dalton Trumbo e alguns dos membros da “lista negra” contra as acusações feitas pelo Comité de Atividades Anti-Americanas. As suas ideologias comunistas eram vistas como uma ameaça para o país, ainda que não fosse possível provar realmente porquê ou como.

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A segunda metade do filme traz-nos o lado mais emocional de toda a situação e é aí que encontramos Bryan Cranston no seu maior potencial. A figura de “vilão” no filme não é totalmente definida e acaba por ser tomada (intencionalmente ou não) pela personagem de Helen Mirren, que interpreta a colunista Hedda Hopper.

Com um elenco bastante talentoso, esperavam-se interpretações de maior qualidade em Trumbo – falha do próprio argumento, principalmente.

No seu todo, Trumbo cumpre bem o objetivo de contar a história do guionista mas falha no momento de a tornar memorável.