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A cobertura das eleições presidenciais pela ESCS FM e pelo 8ª Colina

Este artigo faz parte da edição digital de janeiro de 2021 – Sufrágio Contemporâneo.

Em outubro de 2019, decorreram as eleições legislativas no nosso país. A ESCS FM, a rádio escsiana, decidiu fazer a cobertura dessas eleições, levando membros para todas as sedes das campanhas dos candidatos, acompanhando minuto a minuto todas as atualizações, fazendo diretos, passando reportagens e entrevistando pessoas informadas sobre o assunto.


Foi uma emissão feita no P3, que ocorreu durante sete horas seguidas, sempre com conteúdo. João Pedro Morais, aluno finalista de Jornalismo, atual Coordenador do jornal escsiano 8ª Colina e Diretor de Informação da ESCS FM, recorda a sua participação vantajosa nesta cobertura:

“Foi muito importante para a minha formação. Conheci outros jornalistas com quem me dou bem, e até consegui arranjar trabalho por causa disso”.

Emissão feita no P3 em outubro de 2019 pela ex-Direção da ESCS FM, para cobrir as eleições legislativas. Fotografia cedida por Inês Martins

Quase um ano e meio depois, em janeiro de 2021, decorreram as eleições presidenciais, com sete candidatos e uma pandemia pelo meio. Depois da experiência das legislativas, e por ser um dos principais eventos de política do ano, não houve melhor oportunidade do que esta para a ESCS FM voltar a fazer uma cobertura. No entanto, desta vez juntou-se a outro núcleo: o 8ª Colina

Para Raquel Aguiar, a Diretora-Geral da ESCS FM, a parceria foi fundamental para ambos os núcleos: “Para a ESCS FM, porque permitiu uma cobertura jornalística mais aprofundada, com um trabalho de pesquisa e análise mais completo em certos temas. Para o 8ª, pelo contacto com suportes e dinâmicas que não são usuais e pela experiência a lidar com política e a escrever para rádio”.

Questionado sobre o porquê desta cobertura, João Morais responde: “Para além de sermos uma escola e querermos ensinar as pessoas a fazer coisas, também é importante para a atualidade. É um tema que interessa sobretudo aos jovens e ao nosso público e, portanto, não podíamos deixar de fazer isto”.

Começou por se organizar a parceria entre os dois núcleos, para se perceber quantas pessoas iriam fazer parte da cobertura, visto que há quem não se interesse por política, ou quem não se conseguisse dedicar a isto numa altura atarefada do semestre. No entanto, acabou por se reunir uma equipa maior à de 2019, composta por 24 pessoas, sendo que a deste ano contou com perto de 40 membros envolvidos

Cada envolvido teve pequenas tarefas todos os dias, como pesquisar sobre os desenvolvimentos. Foram criados grupos onde tudo era discutido. Segundo João, esta foi das partes mais vantajosas: “Comunicámos com pessoas com quem nunca tínhamos falado. Às vezes, cada núcleo fecha-se na sua bolha e não interage, mas a interação tem sido muito positiva”

Foi então posteriormente que o trabalho começou a ser desenvolvido. A ESCS FM foi o primeiro núcleo a entrar em ativo, lançando análises aos debates dos candidatos depois dos Noticiários, emitidos às 18 horas da tarde. Saíram também, tanto no site de emissão da ESCS FM como no site do 8ª Colina, perfis sobre os candidatos, tal como uma peça resumo de todos os debates realizados

No entanto, a adaptação teve de ser feita de um núcleo para outro: “Os perfis são preparados em texto, de forma escrita e literária para o jornal, mas depois são adaptados para rádio. Um texto para ser lido não é o mesmo para ser ouvido. A linguagem é diferente”, afirma João.

A pandemia trouxe a incerteza sobre a emissão no próprio dia das eleições. O objetivo era, tal como em 2019, levar membros para todas as sedes e acompanhar até de madrugada os desenvolvimentos da noite. No entanto, com o confinamento, e para não meter ninguém em risco de saúde, a emissão acabou por se reinventar: foi feita através do Streamyard, uma plataforma online, para o Facebook da ESCS FM

Durante quase 5 horas, alguns dos membros acompanharam e analisaram em direto a evolução dos resultados e o que acontecia nas sedes dos partidos. Contaram ainda com a presença de Daniela Polícia, Inês Narciso e Francisco Sena Santos, que abordaram temas fundamentais como a relação dos jovens com a política e a abstenção, o papel das redes sociais ou o histórico eleitoral ao longo dos anos.

Fotografia retirada da emissão feita em direto através do Streamyard, para cobrir os resultados das eleições presidenciais.

Mesmo não tendo acontecido a emissão presencial como tanto se desejava, todo o trabalho feito ficará para o futuro e na memória, tal como as reportagens organizadas pelos núcleos sobre vários temas: as sondagens, a tendência para a reeleição, os constitucionalistas, a extrema-direita, a importância da candidatura de Vitorino Silva, entre outros. Segundo Raquel, a emissão no Streamyard foi muito positiva: “Não é fácil improvisar e dar atualizações em tempo real neste formato, mas fizeram-no com um grande profissionalismo”

Para João, o que os membros ganharam, acima de tudo, foi um “alto envolvimento com a atualidade política”. Mas, para além disso, ganharam também conhecimento para entrarem no mercado de trabalho e ainda cultura informativa, ao analisarem os debates, por exemplo. Foi também enriquecedor a nível prático, por ser algo que não é feito a nível curricular. Segundo João, também se notou nos participantes a descoberta de interesse por áreas diferentes, seja escrita ou rádio, o que é benéfico para todos os cursos da ESCS. 

As eleições já passaram e a cobertura pelos dois núcleos fica concluída, mas João lança o convite para todas as pessoas irem tanto ao site da ESCS FM como ao do 8ª Colina, para verem todo o trabalho que foi feito sobre as eleições presidenciais, um momento tão importante para o nosso país, seja através da voz ou da escrita de membros da comunidade escsiana

Artigo escrito por: Inês Vara


AUTORIA

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Desde pequena que sempre gostou de escrever histórias, de falar pelos cotovelos e de ler. Imagina-se numa grande rádio ou a ser pivô na televisão. Mas foi também na infância que descobriu uma das suas maiores paixões: a dança. A vida levou-a ao curso de Jornalismo, mas é a dançar que melhor consegue transmitir uma mensagem aos outros. Onde o futuro a vai levar não sabe, mas uma coisa é certa: quer comunicar, seja por que meio for.