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A greve de fome do presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, Carlos Ramalho, vai acabar

O Ministério da Saúde anunciou esta sexta-feira que o governo vai retomar as conversações com os sindicatos dos enfermeiros. Carlos Ramalho, que tinha afirmado só parar com o protesto assim que o governo retomasse as negociações, vai suspender a sua greve de fome.

Carlos Ramalho, que entrou em greve de fome no passado dia 20 de fevereiro e desde então se encontra nos jardins em frente ao palácio de Belém, poderá finalmente ficar livre do protesto que iniciou.  Foi a própria ministra da Saúde, Marta Temido, que lhe telefonou a contar as novidades. “Estamos satisfeitos, era isso que nós queríamos, retomar as negociações, dialogar, mas o que pretendemos é uma negociação séria’’, afirmou.

As conversações serão retomadas até inícios de março, frisando temas como ‘’a organização do tempo de trabalho e a avaliação de desempenho’’.

Carlos Ramalho realça que os sindicatos querem ‘’uma negociação onde, de facto, as duas partes falem francamente, num diálogo aberto. Pode haver cedências de ambas as partes, mas também tem de haver concessões’’.

Acaba por esclarecer que a decisão da greve de fome foi uma decisão sua, “uma decisão individual”. “Agora vou ter de expor a situação à direção do sindicato e, se esta entender que as condições estão criadas, eu suspenderei, com certeza que sim’’, afirma.

O Conselho de Ministros tinha decretado a 7 de fevereiro uma requisição civil face à greve dos enfermeiros, em curso desde 31 de janeiro nos blocos operatórios de quatro centros hospitalares, alegando incumprimento dos serviços mínimos.

A “greve cirúrgica” foi convocada pela ASPE e pelo Sindepor em dez centros hospitalares, até 28 de fevereiro, depois de uma paralisação idêntica de 45 dias no final de 2018.

Estas duas greves foram convocadas após um movimento de enfermeiros ter lançado recolhas de fundos numa plataforma ‘online’ para financiar as paralisações, conseguindo um total de 740 mil euros, o chamado crowdfunding.

Os principais pontos a serem discutidos entre o governo e os sindicatos, sendo motivo de maior discórdia, são o descongelamento das progressões na carreira e o aumento do salário base dos enfermeiros.

A requisição civil foi contestada pelo Sindepor no Supremo Tribunal Administrativo, que brevemente irá anunciar a sua decisão.

Créditos fotografia “thumbnail”: Fonte: Observador; Fotógrafo: João Porfírio

Artigo revisto por Ana Roquete