Cinema e Televisão

A história e as obras inesquecíveis do Estúdio Ghibli

Ghibli é um estúdio de cinema de animação japonês fundado a 15 de junho de 1985, pelos diretores Hayao Miyazaki e Isao Takahata e pelo produtor Toshio Suzuki. Além das diversas produções, este estúdio colaborou ainda com vários videojogos no que toca à parte estética.

O logotipo da empresa é a personagem Totoro, do filme O Meu Vizinho Totoro, lançado em 1988. Em 2001, foi inaugurado o Museu Ghibli, um museu dedicado às obras do estúdio. Nesse mesmo ano, foi lançada a animação A Viagem de Chihiro, única animação em língua estrangeira, até aos dias de hoje, a vencer o Óscar da Academia de Melhor Animação.

Fonte: MyAnimeList

A maior parte dos temas representados nos filmes produzidos pela Ghibli foca-se em lendas orientais e tradições do Este asiático, sem nunca perder o foco nas tramas marcantes que surpreendem o seu público. Foram mais de 21 animações em longa-metragem lançadas pelo estúdio, quase todas com técnicas 2D, muitas delas dirigidas pelo próprio Miyazaki.

A seguir, são apresentadas as obras de destaque do Estúdio Ghibli:

O Castelo no Céu (1986)

Fonte: Wikipedia

A animação acompanha a história de um menino chamado Pazu e de uma menina chamada Sheeta, que possui um colar com particularidades mágicas.  A sua missão é proteger o colar de agentes militares, enquanto tentam encontrar uma lendária ilha flutuante chamada Laputa, repleta de tesouros. A direção e o roteiro do filme foram conduzidos por Miyazaki.

Teve críticas positivas, tanto da crítica como do público, que elogiaram a história repleta de aventuras e os seus elementos de contos de fadas e ficção científica. Teve uma forte influência na cultura popular japonesa. Em 2006, segundo o Festival Japan Media Arts, foi eleito o segundo melhor filme de animação do Japão.

O Meu Vizinho Totoro (1988)

Fonte: Wikipedia

As irmãs Mei e Satsuke mudam-se para uma nova casa. Nas redondezas, existe uma floresta habitada por criaturas chamadas Totoros. Elas travam amizade com a criatura mais velha, que passa algum tempo com as meninas e mostra-lhes um mundo cheio de coisas fantásticas.

Foi com esta animação que o estúdio mudou o logotipo da sua empresa, adotando a personagem como mascote.

Túmulo dos Pirilampos (1988)

Fonte: Wikipedia

Esta história tem lugar no final da Segunda Guerra Mundial, quando os irmãos Seita e Setsuko ficam órfãos após a morte da mãe num ataque aéreo em Kobe, no Japão. Depois de se mudarem para a casa da tia, as coisas não correm bem e acabam por fugir para um abrigo abandonado no meio da floresta. A sobrevivência dos dois irmãos está nas suas próprias mãos.

Akiyuki Nosaka, o criador da história, esteve durante muito tempo num impasse sobre vender os direitos da obra. Acabou por ceder, por acreditar que a única maneira de conseguir representar fielmente a obra era através da técnica de animação.                Túmulo dos Pirilampos consagra-se como uma das melhores obras do estúdio. Tem uma profundidade imensa e toca o seu público de maneiras que se julgavam impossíveis.

A Viagem de Chihiro (2001)

Fonte: Wikipedia

Chihiro muda de cidade juntamente com os seus pais. Quando chegam a uma terra que aparenta não ter mais ninguém, param num restaurante para comer. Chihiro deixa os pais e vai explorar sozinha. Encontra um rapaz chamado Haku, que a aconselha a ir embora antes de anoitecer. Ao chegar ao restaurante, Chihiro descobre que seus pais se tornaram enormes porcos.

A menina começa a desaparecer e a única maneira de não se tornar invisível é comer alguma coisa que pertença ao novo mundo em que entrou. Assim, com a ajuda de vários amigos que faz ao longo da história, Chihiro inicia a sua demanda para voltar a tornar os seus pais humanos e poder continuar com a sua vida.

Miyazaki escreveu o roteiro em honra à filha de seu amigo Seiji Okuda, que tinha dez anos à época. A rapariga fazia visitas frequentes à casa do diretor durante o verão. Quando foi lançada foi um enorme sucesso: não só se tornou a maior bilheteira do estúdio, como a animação mais premiada no Japão.

O estúdio Ghibli, ou “Disney Japonesa” constitui um marco cultural tanto no Japão como no mundo do cinema. Serviu de inspiração para muitas obras, especialmente americanas, que se seguiram. Mudou a forma como as obras que não são produtos da América ou de Inglaterra são recebidas. A parceria que a Ghibli estabeleceu com a Netflix é prova disso: não só para que as obras sejam acessíveis a todos, mas também para divulgar o que de bom é feito do outro lado do mundo.

Fonte da capa: Polygon

Artigo revisto por Bruna Meireles

AUTORIA

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Nasceu em Setúbal no ano de 2000, sempre quis ser mais do que as pessoas esperam da chamada normalidade. Já escreveu um livro chamado “Grande Manual do Engate”, participa em anúncios e em pequenos papéis na televisão, além de fazer stand-up comedy. Já trabalhou numa rádio em Setúbal, escreve crítica de cinema e participa em Podcasts de desporto. Embora esteja em Jornalismo não é o que pretende, encara este curso como um plano B caso não consiga trabalhar à frente das câmaras.