“A vida invisível de Addie Larue”
A vida Invisível de Addie Larue, de V.E.Schwab, é uma obra caracterizada como uma fantasia histórica, que traça o relato de uma jovem que sempre teve o desejo de deixar a sua marca no mundo e fugir à vida que lhe era imposta.
A ação decorre entre o ano de 1714, em França, e o ano de 2014, em Nova Iorque. Sendo, assim, retratado o percurso de Adeline Larue, que num momento de desespero faz um acordo que lhe permite a imortalidade em troca da maldição de ser esquecida por todos.
Addie mora no interior de França com os seus pais: tem uma relação conturbada com a mãe, ao contrário da sua relação com o pai. Adeline sempre teve o desejo de explorar o mundo e nunca quis seguir o mesmo caminho de todas as raparigas da sua idade, viver para o marido e para os filhos. Para conseguir fugir à vida que lhe estava a ser imposta recorreu à sua vizinha, Estelle, que é conhecida por ser a bruxa da vila e a ensina a fazer pedidos aos Deuses, para conseguir fugir aos casamentos arranjados.
Quando completa vinte e três anos, em 1714, surge uma proposta de casamento que Addie não pode recusar, pois os Deuses do Dia, que a ajudavam habitualmente, não conseguem reverter a situação de modo a que ela consiga escapar à vida de casada. Por isso, Addie pede ajuda aos Deuses da Noite, tendo sido avisada por Estelle de que era algo perigoso, uma vez que os Deuses da Noite não eram de confiança.
Num momento de desespero, Addie faz um pacto que consiste na troca da alma dela com um Luc, um Deus da Noite. Através desse pacto ela teria uma vida livre, onde não pertence a ninguém. No entanto, esse Deus faz com que Addie se torne imortal e todos os que estão à sua volta a esqueçam, incluindo a sua família. Sempre que ela conhece alguém e sai do campo de visão dessa pessoa, nem que seja por um segundo, a pessoa esquece-a. Ou seja, Addie encontra-se completamente só por não conseguir manter as pessoas na sua vida.
“Há ritmo quando se anda sozinho no mundo.”
Luc era a única pessoa com quem Addie tinha uma ligação, apesar de não ser das melhores, visto que este se aproveitou do pacto para fazer com que ela estivesse “presa” a ele, aproveitando-se disso para manipulá-la em diferentes situações.
Após a autora nos dar a conhecer a vida de Addie antes do pacto, é feito um paralelo ao longo do livro, que nos leva para o ano de 2014, trezentos anos depois, onde Addie demonstra uma maior adaptação à sua vida após a maldição. Nesse mesmo ano, acontece algo que causa um grande impacto na vida de Addie, ela esbarra contra um rapaz, Henry, que trabalhava numa livraria onde ela estava a tentar roubar um livro, já que a literatura é o seu único refúgio.
”Três palavras, com a dimensão suficiente para abalarem o mundo.”
Este encontro entre eles acabou por se tornar na grande reviravolta da ação, visto que ao longo de 300 anos ela sempre foi esquecida por todos com quem se cruzava.
Ambos aproximam-se e acabam por se apaixonar, o que não agrada a Luc, visto que ele se sentia poderoso por ser o único a quem Addie estava ligada.
A obra acaba por se focar, não só no percurso de Addie, mas também no de Henry, pois no desenvolvimento da história verifica-se que eles não são tão diferentes como pensavam. Também nos são apresentadas referências históricas durante os 300 anos que são descritos, mostrando a vida dela, por exemplo, no contexto da Primeira Guerra Mundial.
Aconselho vivamente a leitura desta obra por nos fazer refletir sobre o impacto que as nossas escolhas têm, principalmente aquelas que são feitas em momentos de desespero. Além disso, mostra a perspetiva de uma pessoa que viveu 300 anos sem ser amada, e finalmente encontra alguém.
Para além disso, a escrita fez-me ficar profundamente envolvida na história: ao longo da narrativa deparamo-nos com frases, pensamentos de Addie que nos fazem repensar na vida. O paralelismo em relação à vida amorosa de Addie também foi um fator que me fez ficar presa ao livro, visto que são visíveis as diferenças entre o relacionamento entre ela e o Henry e entre ela e o Luc.
De modo geral, foi uma leitura bastante agradável, tendo A vida invisível de Addie Larue se tornado num dos meus livros preferidos: fiquei totalmente cativada pelo desenvolvimento das personagens e pelas reviravoltas que houve ao longo da ação.
Fiquei totalmente imersa na história, que, apesar de no início ser um pouco densa, aos poucos torna-se cada vez mais envolvente, não só pela narrativa que se desenrola, mas também pela escrita cativante de V.E.Schwab.
Fonte da capa: Daniela Santos
Artigo revisto por Inês Moutinho
AUTORIA
A Daniela está no primeiro ano de jornalismo e decidiu entrar na ESCS Magazine, mais especificamente na literatura porque tem uma enorme paixão por livros e sempre quis partilhar a sua opinião acerca deles com alguém.
Agora que faz parte da Magazine espera partilhar as suas leituras de forma cativante para prender os leitores.