Desporto

Abel Ferreira e Jorge Jesus: como os treinadores portugueses revolucionaram o futebol brasileiro

A febre de treinadores portugueses no Brasil é inegável. Só nos últimos três anos, a maior competição internacional da América do Sul – Libertadores – foi conquistada por equipas brasileiras, sob comando luso (Jorge Jesus, em 2019, pelo Flamengo, e Abel Ferreira, em 2020/2021, pelo Palmeiras).

Anunciados estes resultados, foi aberta uma nova discussão entre os amantes do futebol: Qual o treinador português que mais se destacou no comando de uma equipa brasileira? 

Há muitas possibilidades de resposta à questão que levaria dias ser respondida. Isto porque, além de ambos os treinadores apresentarem propostas de jogo totalmente diferentes, o número de partidas de Abel Ferreira sob o comando do Palmeiras é relativamente superior ao de Jorge Jesus pelo Flamengo.

No comando da equipa rubro-negra, Jesus destaca-se pelo famoso feito de ter alcançado mais títulos do que derrotas durante a sua passagem. De entre as suas conquistas, salientam-se: Libertadores, Campeonato Brasileiro, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Carioca. 

Imagem: Alexandre Vidal - Flamengo
Alexandre Vidal – Flamengo

Em apenas um ano, o português comandou 57 jogos, com 43 vitórias, dez empates e quatro derrotas – aproveitamento de 81,3%, o melhor da história do clube carioca.

O estilo de jogo mais “agressivo” do atual treinador benfiquista ficou marcado na história. Além de obter o melhor aproveitamento no Brasileirão na era dos pontos corridos (78%), o “mister” (alcunha dada pelos adeptos do Flamengo) deixa o histórico de um futebol atual, dinâmico, rápido e consistente, muito necessário no cenário atual do Brasil, e que até então era pouco utilizado pelas equipas, justificando a supremacia do Clube da Gávea em 2019/2020.

Com o regresso de Jorge Jesus a Portugal, surge um novo herói português no cenário: Abel Ferreira.

Foto: Cesar Greco - Palmeiras
Cesar Greco – Palmeiras

À frente da equipa alviverde, Abel conseguiu conquistar o bicampeonato da Libertadores, facto este que não acontecia desde 2001, quando o Boca Juniors a conquistava pela segunda vez. Além de ganhar o campeonato mais importante da América do Sul, o português também trouxe a Copa do Brasil para a equipa paulista, em 2020.

O seu estilo de jogo também revolucionou o desporto brasileiro. Apesar de adotar um sistema mais conhecido por entre as equipas – defensivo – , Abel Ferreira consegue, além de recuar a equipa, jogar com inteligência. Calcula o erro do adversário, como bem observado na última final da Libertadores, que disputou contra o Flamengo, já sob comando de Renato Gaúcho, que esperou por que o adversário errasse para finalmente arrematar o jogo. 

Mesmo sendo um estilo mais arriscado e, de facto, sofrendo mais golos, a sua precisão no ataque não deixou a desejar. Das suas 105 partidas no comando, obteve 56 vitórias, 22 empates e 27 derrotas – aproveitamento de 53,3%, obtendo um saldo de golos bastante positivo: 71. 

Adorado por muitos torcedores palmeirenses que ficaram extasiados com as conquistas, Abel Ferreira é considerado por muitos o melhor treinador da história do clube paulista. 

De facto, os portugueses têm conquistado cada vez mais espaço no futebol sul-americano, valorizando ainda mais a sua imagem e o seu valor de compra no cenário internacional. Com os retrospetos vitoriosos assinalados de Jorge Jesus e Abel Ferreira, não há dúvidas de que a base do futebol português se enquadra entre as melhores do mundo, visto que o futebol brasileiro está entre os três mais disputados –  mundialmente falando, segundo dados apontados pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol – , e foi “dominado” pelos lusos. 

E quanto a ti? Quem achas que foi o português que mais se destacou no comando de equipas brasileiras?

Fonte da capa: Torcedores

Artigo revisto por Andreia Custódio

AUTORIA

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Apaixonada pela escrita, a Heloísa acredita que, em sua nada humilde opinião, as palavras são a nossa inesgotável fonte de magia. Através da sua escrita inspirada, ela traz à magazine a fusão daquilo que considera ser a sua paixão: comunicação e informação.