As fábulas do cinema
São inúmeros os filmes que, assim como aquelas fábulas que nos eram contadas quando éramos crianças, nos põem a pensar sobre as nossas decisões de vida. No fim de uma fábula, há uma lição de moral que nos faz crescer enquanto indivíduos e aprender – seja a entender melhor a forma de pensar e o porquê de as pessoas agirem de determinada maneira em determinado momento, ou a compreender o amor e as tristezas.
Diversos são os filmes que têm a capacidade de transformar a nossa visão do mundo em apenas algumas horas. Por isso, não podendo falar um pouco de todos, darei destaque a três obras cinematográficas que me marcaram profundamente, graças à sua bonita história…
Cinema Paradiso (1988)
O enredo inicia-se com Salvatore, a personagem principal, um realizador de sucesso que recebe a notícia da morte de Alfredo. Salvatore cresceu fascinado pelo Cinema Paradiso, onde Alfredo, o projecionista, se tornou o seu mentor e praticamente um pai. Com a notícia desta morte, a personagem principal recorda os seus tempos de menino numa pequena vila italiana, apercebendo-se de que crescer significa, às vezes, deixar para trás aquilo que mais amamos.
O filme mostra-nos que, por mais que gostemos de um lugar ou de uma pessoa, há momentos em que precisamos de partir para realizarmos os nossos sonhos. Salvatore aprende isso com Alfredo, que o incentiva a deixar a vila e a nunca olhar para trás. A verdade é que, se ele não tivesse seguido o conselho do seu mentor, não teria alcançado o sucesso que obteve.
No fim deste filme, podemos concluir que a vida é feita tanto de despedidas, como de memórias que nunca morrem. Os momentos e as pessoas que marcaram a nossa história vivem para sempre dentro de nós. Afinal de contas, como o próprio filme nos diz “faças o que fizeres na tua vida, fá-lo com amor”.
Clube dos Poetas Mortos (1989)
Um filme que nos lembra que a vida é curta e que devemos vivê-la com coragem.
Neste filme, um professor de literatura, John Keating, ensina os seus alunos a pensar por si próprios e a viver com paixão. No meio das regras rígidas do colégio, o professor de letras revive o “Clube dos Poetas Mortos”, incentivando os seus aprendizes a seguir os seus sonhos, lembrando-lhes sempre do famoso “Carpe Diem, aproveita o dia.”
Desafiar o sistema tem as suas consequências. Mas, por maiores e mais trágicas que sejam as consequências, a mensagem do professor de filosofia permanece: não deixes que o medo te impeça de ser quem realmente és.
A Vida é Bela (1997)
A Vida é Bela é um filme que nos lembra do poder do amor e da esperança. Guido, um homem otimista e sonhador, conquista a mulher dos seus sonhos e juntos têm um filho, Giosuè. Mas a sua felicidade é interrompida quando são enviados para um campo de concentração nazi.
Para proteger o filho do horror da guerra, Guido finge que tudo é um jogo e que precisam de seguir regras para ganhar, mantendo, desta forma, a alegria de Giosuè e conseguindo, assim, preservar a inocência deste, que nunca chega a perceber que está num campo de concentração, um local de horror.
O filme mostra-nos que, apesar da crueldade do mundo, podemos escolher como o enfrentamos, que o amor e a esperança podem resistir até nas circunstâncias mais desumanas. Mesmo quando tudo está perdido, podemos escolher a forma como enfrentamos o mundo, de uma forma otimista e confiante, como nos é exemplo este filme.
Assim como as fábulas nos contam uma história cujo final nos dá uma lição de moral, são diversas as longas-metragens que também nos ensinam e permitem que tiremos lições de vida. Afinal de contas, o cinema permite-nos sonhar, sentir e viver outras vidas sem sair do lugar, ao mesmo tempo que nos ensina e inspira.
Fonte da capa: hojemacau
Artigo revisto por Inês Gomes
AUTORIA
Raquel Bernardo tem 18 anos, é natural de Lisboa e entrou este ano para o primeiro ano da licenciatura de jornalismo. O jornalismo sempre foi uma área que a cativou desde jovem uma vez a mesma ter sido desde criança bastante comunicativa (e que nunca parava de falar). Transmitir informação e conhecimento aos outros sempre foi algo que a Raquel considerou imprescindível numa sociedade tão agitada como a nossa, olhando o papel dos jornalistas como nobre.
Desde pequenina que demonstrou uma grande paixão pela escrita, paixão essa semeada pelo seu pai, escritor de rubricas, e, com esta entrada para a ESCS magazine, a mesma espera tanto melhorar as suas qualidades de escrita como aprofundar a sua relação com esta.