A Liga de Bombeiros Portugueses (LBP) anunciou, este sábado, a saída da estrutura da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Jaime Marta Soares, presidente da LBP, garante que a decisão não afeta a segurança dos portugueses nem o socorro a estes. A decisão é uma forma de protesto contra diplomas aprovados pelo Governo.

A decisão de “abandonar de imediato” a estrutura da ANPC foi anunciada na manhã deste sábado no Centro Nacional de Exposições, em Santarém. Jaime Marta Soares disse aos jornalistas que este “corte radical” é um protesto contra os diplomas que o Governo aprovou a 25 de outubro relacionados com as estruturas de comando. As maiores críticas são dirigidas à alteração da lei orgânica da Autoridade Nacional de Emergências e Proteção Civil, futuro novo nome da ANPC, integrada nos diplomas.

Marta Soares afirma que a Liga já apresentou propostas bem elaboradas, mas estas foram “rasgadas” pelo Governo, dando lugar à criação de estruturas pouco eficazes. A Liga dos Bombeiros Portuguesa exige, para além de um comando autónomo de bombeiros e do cartão social do bombeiro, uma direção nacional de bombeiros “autónoma, independente e com orçamento próprio”.

A Liga dos Bombeiros Portugueses opõe-se à criação da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) e quer que o Governo rejeite também a intermunicipalização dos bombeiros.

“Nós sabemos organizar-nos em termos de comandos, nós tínhamos as nossas zonas operacionais, que nos retiraram e que estamos fartos de propor para serem repostas, que são ferramentas fundamentais para o enquadramento de uma estrutura de comando”, explicou o presidente da LBP.

Jaime Marta Soares afirma que os bombeiros não podem continuar a suportar as decisões que os vários governos já tomaram. O dirigente da LBP critica também os vários primeiros-ministros, dizendo que nenhum deles alguma vez teve em consideração a honra e dignidade dos bombeiros.

Corrigido por: Beatriz Pardal