Campo de refugiados na Grécia é atacado por grupo de extrema-direita Aurora Dourada
Um grupo de membros ainda não identificados do partido neonazi Aurora Dourada atacou, na passada quinta-feira, o campo de refugiados de Souda, na ilha de Quios, perto da Turquia. Entre as vítimas estão ainda dois voluntários locais.
O ataque dizimou várias tendas, incluindo uma em que estavam alojadas cinquenta pessoas. Trata-se de um campo com condições muito precárias que conta atualmente com mais de quatro mil e duzentos ocupantes, tendo capacidade para mil e cem.
Testemunhas revelaram ao Huffington Post que, perto da 1h, um grupo de cerca de sessenta membros do partido Aurora Dourada se dirigia para o campo de Souda, atirando pedras, projéteis em chamas e cocktails Molotov.
“As pessoas estão muito assustadas, está a ser difícil convencê-las a voltar ao campo”, afirma Roland Schönbauer, o porta-voz do Alto-Comissariado para os Refugiados (ACNUR). Vários refugiados receberam tratamento hospitalar, entre eles um homem com uma fratura craniana provocada por uma pedra e uma mulher grávida.
Schönbauer pede que a polícia aumente o patrulhamento na área.
A média diária de chegadas a Quios é de cerca de seis refugiados por dia, mas, dado que o processamento dos pedidos de asilo é lento, muito menos vão saindo do país, seja para a Turquia ou para outros pontos da Europa.
As ilhas gregas acolhem, atualmente, perto de 16 mil refugiados em campos com condições para menos de metade.
O diretor da Amnistia Internacional para a Europa e Ásia Central, John Dalhuisen, em conversa com o PÚBLICO, realça o clima de tensão vivido na Grécia, classificando a situação como uma “panela de pressão”.