Carlos Ruiz Záfon – o autor cuja obra nos mostrou uma Barcelona gótica
No artigo de hoje, a ESCS Magazine vai dar-te a conhecer a vida e obra de Carlos Ruiz Záfon, o autor catalão que conquistou milhões de leitores nos mais variados países e que escreveu sobre uma Barcelona gótica, misteriosa e cheia de segredos.
Carlos Ruiz Záfon nasceu em Barcelona em 1964, tendo frequentado um colégio jesuíta e tirado um curso em Jornalismo que lhe possibilitou trabalhar em diversas agências de publicidade, mas que acaba por abandonar nos anos 90 para ser guionista nos EUA. O autor foi ainda colunista dos jornais espanhóis La Vanguardia e El País.
Em 1993, lança o seu primeiro romance, intitulado O Príncipe da Névoa, que vendeu cerca de 150 mil exemplares em Espanha e tantos outros traduzidos em muitos outros países. Este primeiro livro permitiu-lhe ainda arrecadar o Prémio Juvenil Edebé e seria o primeiro na Trilogia da Névoa cujo último título foi publicado em 1995.
Após o começo de uma carreira literária repleta de reconhecimentos e que arrecadava cada vez mais fãs, seguiu-se Marina (1998), onde Záfon já dava indícios de uma afeição ao género adulto. É então que, em 2001, é lançado A Sombra do Vento, livro que deu início à tetralogia Cemitério dos Livros Esquecidos, que vendeu dezenas de milhões de exemplares e deu a Záfon estrelato mundial, embora não imediato. Mesmo assim, o autor transforma-se assim numa revelação literária e mediática, embora sendo sempre muito reservado.
Mas por que motivo este livro teve tamanho sucesso? Qual é a história de A Sombra do Vento e de toda a série? Pois bem, Záfon conta-nos a vida de um jovem, Daniel Sempere, na Barcelona dos anos 40, que é levado pelo pai ao Cemitério dos Livros Esquecidos em Barcelona. O rapaz fica encantado com o lugar, mas acaba por tropeçar num livro que lhe mudará a vida. Naquele labirinto de estantes repletas de livros antigos, Daniel encontra um livro maldito. Daqui parte o mistério que irá representar o cerne da restante série que é composta ainda por O Jogo do Anjo, O Prisioneiro do Céu e O Labirinto dos Espíritos.
Záfon consegue entrelaçar a intriga que este livro apresenta e a narrativa da vida familiar e romântica de Daniel numa série de livros que transportam o leitor e fazem qualquer um querer apanhar o próximo voo para o nosso país vizinho. Uma das características mais únicas desta série é que o leitor pode ler os três primeiros livros na ordem que escolher e assim ir viajando no tempo sem nunca deixar de perceber a história (embora com alguma confusão momentânea). O último livro, O Labirinto dos Espíritos, tem de ser lido no final, já que conclui a série.
Esta liberdade do leitor em moldar a forma como a história lhe é apresentada pode ser apontada como uma das razões pelo sucesso da série. Em Portugal, Záfon ganhou o Prémio Correntes de Escritas/Casino da Póvoa de Varzim em 2006, tendo ainda visitado o nosso país diversas vezes para promover a série (a última em 2016).
Carlos Ruiz Záfon faleceu em junho deste ano, com 55 anos, na sua casa nos EUA após uma luta de dois anos contra um cancro no cólon. Apesar disto, permanecerá para sempre, como o autor já explicou, a estilização de uma Barcelona que acabou por se tornar “uma personagem, mais do que um cenário. (Que) tem este lado menos óbvio, barroco, quase expressionista, necessário para estas histórias. É uma Barcelona literária…”.
Artigo revisto por Miguel Bravo Morais
AUTORIA
O meu nome é Mariana Ribeiro e pode parecer estranho, mas uma das coisas que mais gosto de fazer é planear viagens, mesmo que ainda não as tenha marcado. Aliás, essa foi uma das razões para começar a escrever para a Capital: conseguir pesquisar sítios novos para visitar e partilhá-los com outras pessoas!
Zafón me fez voltar à leitura geral com “A sombra do vento”, que me foi dado de presente.
Zafón me fez voltar à leitura geral com “A sombra do vento”, quee foi dzdo de presente.