China aumenta taxas alfandegárias a importações norte-americanas em resposta a Trump
O ministério das Finanças chinês vai aumentar as tarifas aplicadas a certos produtos norte-americanos. Esta decisão é uma resposta ao aumento das tarifas de produtos chineses anunciado por Donald Trump na sexta-feira. Um acordo comercial entre os dois países ainda pode ser negociado.
O anúncio do aumento das taxas alfandegárias aos produtos norte-americanos foi feito na segunda-feira. Serão abrangidos 2493 produtos importados dos Estados Unidos e as tarifas irão subir de 10% para 20% e 25% . O valor destas importações é superior a 60 mil milhões de dólares. Assim é a resposta da China à decisão de Trump que foi anunciada na sexta-feira. Estes recentes desenvolvimentos agravam a guerra comercial entre Washington e Pequim.
O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, manifestou-se publicamente esta terça-feira e deixou clara a posição da China perante a situação. “Ao contrário dos EUA, nós mantemos a compostura, queremos continuar a trabalhar e encontrar uma solução, que permita assinar um acordo mutuamente benéfico”, afirmou Shuang. O porta-voz também garantiu que a atitude de Pequim é construtiva.
Donald Trump interrompeu o período de negociação de um acordo comercial, iniciado em dezembro de 2018, ao anunciar o aumento das tarifas de 5700 produtos chineses. As taxas alfandegárias destes produtos também subiram para 25%, com valor total de 200 mil milhões de dólares. A decisão entrou imediatamente em vigor. Mesmo assim, o presidente norte-americano não se contenta apenas com aumentos nos produtos.
Segundo uma declaração publicada também na sexta-feira no site oficial do Departamento do Comércio dos EUA, Trump também deu ordem para estender o aumento das tarifas a todas as importações provenientes da China.
Geng Shuang deixou um aviso sobre a recente decisão de Donald Trump. “Aconselhamos os EUA a ouvir a reação da comunidade internacional, a ouvir as vozes dos diferentes setores e a calcular as perdas e lucros”, disse Shuang.
O New York Times escreve que a decisão de Pequim só terá efeito a partir de 1 de junho. Até lá ambos os países têm a oportunidade de continuar a negociar um acordo.
A guerra comercial entre Estados Unidos e a China começou no verão de 2018. Washington discorda das políticas económicas para o setor tecnológico de Pequim e quer que haja mudanças.
A China não se mostra disposta a aceitar as exigências dos EUA. Ambos os países começaram a impor aumentos nas taxas alfandegárias às importações vindas da outra parte. Em dezembro, Pequim e Washington interromperam as sucessivas sanções económicas a fim de chegarem a um acordo comercial. Este período de negociação foi então interrompido após a recente decisão de Donald Trump.
Artigo revisto por: Andreia Jesus