Coreia do Norte volta a cortar conversações com Coreia do Sul
O líder das negociações que representa a Coreia do Norte, Ri Son Gwon, acusou o governo sul-coreano de “ignorância e incompetência”. Num comunicado divulgado pela agência estatal de notícias KCNA esta quinta-feira, o representante da Coreia do Norte criticou Seul por participar em exercícios militares com os Estados Unidos, mas também por permitir que “escumalha humana” fale perante a Assembleia Nacional do país.
As mais recentes declarações por parte da Coreia do Norte intensificam a mudança drástica de tom em relação aos últimos meses e podem significar o fim dos esforços de apaziguamento. O líder norte-coreano reforçou os avisos à Coreia do Sul e garante que não voltará às negociações até que o “espírito” da declaração, assinada no mês passado, volte a ser o mesmo. Na declaração, os dois países concordaram em cessar todas as atividades de hostilização mútua. Pyongyang diz que se tratam de “distúrbios militares provocatórios”, elementos desestabilizadores da paz na Península.
No comunicado também constou que o país liderado por Kim Jong-un poderá não marcar presença na cimeira histórica de 12 de junho em Singapura, ao lado do Presidente Donald Trump, caso os Estados Unidos continuem a exigir unilateralmente o abandono do arsenal nuclear por parte da Coreia do Norte.
Em Pyongyang, o programa nuclear e de mísseis balísticos é visto como vital para a sobrevivência do regime perante a ameaça representada pelos Estados Unidos, que mantém cerca de 28.500 soldados na Coreia do Sul.
Um legado que ficou desde a guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, e que terminou com um armistício. Pyongyang tem mostrado abertura em abandonar o arsenal nuclear de que já dispõe caso os norte-americanos retirem as tropas do país vizinho.
No final de abril, uma cimeira promissora entre os dois líderes coreanos abriu caminho às negociações e à possível assinatura de um tratado de paz entre as Coreias.