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Crise política em França

A França afunda-se numa nova crise política. O governo liderado por Michel Barnier, que durou apenas três meses, foi derrubado por uma moção de censura, no dia 4 de dezembro. Essa proposta foi apresentada pela coligação dos partidos de esquerda e apoiada pela extrema-direita, pelo partido Rassemblement National, de Marine Le Pen. A moção foi aprovada, contabilizando 331 votos a favor, sendo apenas necessário obter 288 votos a favor.

Fonte: Diário de Notícias

Michel Barnier liderou o governo francês mais curto desde 1958

A votação da moção da Nova Frente Popular revelou-se histórica, uma vez que o executivo se tornou o primeiro a ser forçado a sair por um voto de desconfiança em mais de 60 anos. 

Esta situação surgiu após Michel Barnier aprovar um controverso projeto de orçamento da segurança social, invocando o artigo nº 49.3 da Constituição francesa para forçar a aprovação, sem a votação do parlamento. A medida, que o deixou vulnerável a moções de censura, fez aumentar as já presentes tensões políticas no parlamento francês. As dúvidas eram poucas e o cenário mais provável confirmou-se.

Fonte: Expresso

Macron sob pressão

Com a concretização do cenário de destituição do primeiro-ministro, o presidente Emmanuel Macron foi forçado a nomear um governo de gestão, sendo provável a introdução de medidas de emergência para gerir o impasse orçamental. Embora a França não corra o risco de uma paralisação do governo como a dos Estados Unidos, a instabilidade política pode abalar os mercados financeiros. É importante recordar que não podem ser realizadas novas eleições legislativas até, pelo menos, julho, criando um potencial impasse para os decisores políticos.

O presidente francês falou à nação no dia seguinte, a 5 de dezembro, e anunciou que queria formar um governo de união nacional, composto por todos os partidos que queiram dele participar. Emmanuel Macron comprometeu-se a apresentar o nome do futuro primeiro-ministro em breve. Apesar dos apelos à sua demissão, Emmanuel Macron garantiu que irá cumprir o resto do seu mandato até 2027.

Fonte: Renascença

A história repete-se: mandato do novo primeiro-ministro francês abalado

O fundador e líder do partido centrista Movimento Democrático (MoDem), François Bayrou, foi encarregado pelo Presidente francês de formar governo, no dia 13 de dezembro. Trata-se do sexto primeiro-ministro da presidência de Macron, o quarto no ano de 2024, algo que nunca acontecera na Quinta República, ou seja, desde 1958.

Contudo, no dia 23 de janeiro, com apenas um mês de liderança, François Bayrou tentou evitar uma moção de censura, mas sem sucesso. O voto negativo de boa parte da esquerda não teve consequências governativas, mas foi um sinal político de descontentamento.

O recém-nomeado primeiro-ministro foi salvo, porque a extrema-direita de Marine Le Pen decidiu esperar pela apresentação do Orçamento de Estado de 2025, para aprovar ou chumbar este executivo. O dossier mais difícil nas negociações entre o executivo e a oposição é o da lei das reformas.

Preocupação Europeia

O clima de instabilidade política e económica no país preocupa, não apenas os cidadãos franceses, mas também toda a Europa. Tradicionalmente, a França e a Alemanha são vistas como o “motor económico” da União Europeia (UE). A França é a segunda maior economia da zona do euro, e o défice orçamental está muito além do limite permitido pela União Europeia. A dívida pública também é alarmante.

Isso preocupa, tanto os contribuintes franceses, já aflitos com o custo de vida, quanto os restantes da zona do euro, que temem que a instabilidade na França comprometa a reputação da moeda comum. Ao mesmo tempo, a Alemanha também passa por uma crise, cuja consequência foi a eleição geral antecipada em fevereiro.

Estes conflitos internos enfraquecem a UE como um todo. A ausência de uma liderança forte no bloco ocorre num momento crítico da geopolítica global. Com as duas potências enfraquecidas, e líderes autoritários ou simpatizantes da Rússia provenientes da Hungria, Eslováquia e Roménia, a estrutura da União Europeia está sob ameaça.

Fonte: Diário de Notícias

Artigo revisto por Inês Gomes

AUTORIA

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A Maria tem 20 anos e, apesar de ter sotaque lisboeta, vem diretamente do norte, de Felgueiras. A Maria viveu durante a sua infância em Lisboa, portanto considera a capital também a sua casa. Desde muito cedo, soube que o seu destino era o mundo da comunicação. Em criança, brincava “às televisões” e achava que iria ser pivot, como a Judite Sousa ou a Clara de Sousa. Ao entrar na ESCS, apercebeu-se, ao longo do tempo, que estar à frente das câmeras talvez não seja bem a sua praia. No entanto, quer dar voz a outras pessoas que não a têm e dar o seu contributo à sociedade. No terceiro e último ano da licenciatura de jornalismo, a escsiana junta-se à ESCS Magazine para abraçar este novo desafio.