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O conflito entre Israel e o Líbano

A relação entre o Líbano e Israel é marcada por uma história de conflitos e tensões políticas, que permanecem atualmente.

Desde a criação do Estado de Israel que o país se tem envolvido em várias invasões dentro do Líbano, tendo a última acontecido a 1 de outubro deste ano. A geopolítica da região, intensamente influenciada por fatores históricos e interesses externos, continua a moldar o panorama das relações bilaterais e da estabilidade no Oriente Médio. Nos últimos meses, a escalada de tensões nas fronteiras e as dinâmicas internas de ambos os países trouxeram novamente esse tema para o centro das atenções internacionais.

Fonte: Público

Grupo Hezbollah

Há um ano que Israel se encontra numa guerra fronteiriça com o Hezbollah (do Líbano).

Mas o que é o Hezbollah?

O Hezbollah é um grupo militante muçulmano xiita formado na década de 1980, durante o caos da longa guerra civil do Líbano. Foi criado sob orientação do Irão para combater a ocupação israelita do sul do Líbano. O nome significa “Partido de Deus”, em árabe.

O movimento tornou-se uma poderosa força política e de combate no Líbano e expandiu as operações na Síria, Iraque, Iémen entre outros locais do Médio Oriente. Possui uma extensa infraestrutura no Líbano para apoiar a sua missão. Hezbollah é considerado, por Israel, um grupo terrorista, que ameaça a segurança do povo israelita.

Depois de ter assassinado o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em ataques aéreos em Beirute no final de setembro, Israel indicou que iria preparar uma invasão total ao Líbano para estabilizar a região fronteiriça.

Última invasão

A 1 de Outubro deste ano, as forças armadas israelitas afirmaram ter iniciado “ataques terrestres limitados, localizados e direcionados com base em informações precisas” contra as forças do Hezbollah nas aldeias do Sul do Líbano próximas da fronteira que representam “uma ameaça imediata para as comunidades israelitas no Norte de Israel”.

Entre outubro e novembro, Israel conduziu centenas de ataques aéreos e incursões terrestres. Estima-se que cerca de quatro mil pessoas morreram e mais de 15 mil ficaram feridas, muitas delas por consequência dos bombardeamentos terrestres e aéreos. A escalada do conflito resultou numa catástrofe humanitária, com mais de um milhão de deslocados internos no Líbano e prejuízos estimados em muito mais de cinco mil milhões de dólares devido à destruição de infraestruturas e habitações​.

Hipótese de Cessar-fogo

No dia 26 de novembro, o gabinete de Benjamin Netanyahu revelou que Israel e Hezbollah chegaram a acordo para cessar-fogo no território libanês. O primeiro-ministro israelita falou ao telefone com o presidente norte-americano, Joe Biden, e agradeceu-lhe “pelo seu envolvimento” na conclusão deste acordo.

Em declarações oficiais, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente francês, Emmanuel Macron, garantiram que os seus países vão assegurar que o acordo de cessar-fogo seja “implementado na totalidade”, de modo a não provocar um novo ciclo de violência.

Joe Biden e Emmanuel Macron garantiram que o acordo pretende proteger Israel da ameaça representada pelo Hezbollah e por outras organizações terroristas que operam a partir do Líbano. Os dois governantes prometeram, também, reforçar as capacidades militares do exército libanês e ajudar na recuperação económica do país.

Algumas entidades da União Europeia reagiram a este acontecimento. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, escreveu na rede social “X” que o cessar-fogo é “uma notícia muito animadora” para o povo libanês e israelita. Reforça que o Líbano terá oportunidade de aumentar a segurança e estabilidade interna se a influência do Hezbollah diminuir. Já o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, destacou que o acordo é um alívio para esta “situação devastadora”. Elogiou também a mediação da França e dos EUA.

Fonte: CNN Brasil

Ataques constantes põem em risco o cessar-fogo

No entanto, este acordo de cessar-fogo está sob uma enorme pressão, com dezenas de ataques israelitas desde o dia em que foi anunciado o acordo. O presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, diz que Israel violou o acordo 54 vezes, o que Israel nega. O Hezbollah classificou este ataque como “um aviso defensivo”. O futuro deste acordo será decidido nos próximos dias.

O acordo não afeta a guerra de Israel contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, que não mostra sinais de terminar. Os Estados Unidos, a União Europeia, a ONU e o G7 (grupos dos sete países mais industrializados do mundo) exerceram todos pressão para o fim das hostilidades entre Israel e o grupo armado libanês apoiado pelo Irão. Mais de um ano de tensões transfronteiriças culminam em dois meses de guerra aberta no Líbano.

Fonte da Capa: Público

Artigo revisto por: Beatriz Mendonça

AUTORIA

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A Maria tem 20 anos e, apesar de ter sotaque lisboeta, vem diretamente do norte, de Felgueiras. A Maria viveu durante a sua infância em Lisboa, portanto considera a capital também a sua casa. Desde muito cedo, soube que o seu destino era o mundo da comunicação. Em criança, brincava “às televisões” e achava que iria ser pivot, como a Judite Sousa ou a Clara de Sousa. Ao entrar na ESCS, apercebeu-se, ao longo do tempo, que estar à frente das câmeras talvez não seja bem a sua praia. No entanto, quer dar voz a outras pessoas que não a têm e dar o seu contributo à sociedade. No terceiro e último ano da licenciatura de jornalismo, a escsiana junta-se à ESCS Magazine para abraçar este novo desafio.