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Dallas, a hamburgueria que traz os diners americanos ao Cais do Sodré

Em setembro de 2020, na altura em que as medidas de segurança estavam mais atenuadas, fui com uma colega minha visitar a hamburgueria Dallas, situada no Cais do Sodré. Convenceram-me com as imagens irresistíveis que partilham no Instagram. Fui numa hora de pouca afluência e, por isso, tive a oportunidade de explorar livremente o espaço. Depois de examinados todos os cantos, estava na altura de provar um hambúrguer. E que hambúrguer!

Mas antes de vos deixar com água na boca, vamos passar às apresentações. O restaurante Dallas surgiu no verão de 2019 com a intenção de seguir o mote de Jules Winnfield, personagem de Pulp Fiction (1994): “hambúrgueres: o pilar de qualquer pequeno-almoço nutritivo.” Inspirados neste lema, no filme e na decoração vintage dos clássicos diners americanos que crescemos a ver nos nossos ecrãs, esta hamburgueria abriu portas – não no Texas, mas no Cais do Sodré, uma zona habitualmente visitada por turistas. Agora já não tens desculpa para não experienciares esta american way of life.

Se os milkshakes do Pop de “Riverdale” te encantam, tens aqui o plano perfeito para o desconfinamento ou até mesmo para um serão em tua casa. Mesmo com as portas fechadas, segundo as diretrizes do Governo, Dallas tem contado com o apoio dos seus fiéis clientes que matam saudades das suas delícias através de take-away ou de delivery (UberEats ou Glovo). A divulgação também ajuda bastante a evitar cenários como o que acabou por ocorrer em 2020: tiveram de fechar durante dois meses.

Durante a nossa visita, ainda que numa fase mais descontraída da pandemia, os cuidados mantiveram-se. O álcool gel recebia-nos à entrada e a mesa onde iríamos ser servidas era desinfetada diante de nós. Além da atmosfera que nos acolhe e transporta para um contexto totalmente diferente, também o cumprimento das medidas nos fez sentir totalmente seguras enquanto desfrutávamos deste almoço. Às tantas, já nem sabíamos naquilo em que devíamos focar a nossa atenção: se no menu, repleto de iguarias, ou na decoração que nos rodeava, cheia de pormenores pitorescos. Desde os néons e os posters que enchem as paredes aos sofás característicos de um diner (os chamados booths) até às diversas polaroids que permitem relembrar quem lá passou e o que lá viveu, o Dallas conquista-nos não só pelo paladar, como, e primeiramente, pelo olhar. Também os nossos ouvidos se encantam com a playlist que vai ecoando. No fundo, uma experiência sensorial e não apenas um repasto.

 Além das bebidas ditas ‘normais’, podes acompanhar o teu hambúrguer com um cocktail – ideal para uma noite tipicamente lisboeta (saudades) – ou um milkshake à maneira que podes beber sozinho ou, se te sentires solidário, dividir. Em termos de batatas, podes pedir nachos, chips ou os clássicos palitos. A variedade de molhos é muita, portanto, escolhe bem! No que ao protagonista desta refeição diz respeito, a oferta é vasta. Há opções de vaca, de peixe, vegetariano e vegan. No Dallas, “o facto de não haver opção vegan” não é impedimento e as desculpas para não conhecer este diner começam a escassear. Porque não organizar lá uma festa de anos? Há sempre aquele amigo que não come carne e por vezes acaba negligenciado ou a almoçar uma salada. Not anymore!

Nós optámos por ficar pela carne de vaca – que é moída no dia, “orgânica”, “100% certificada” e “eticamente criada em Portugal”. “Fizemos uma grande procura por produtores locais e depois chegámos à receita perfeita. O mesmo se aplica aos vegan. Sabor, tempero, suculência”, explicam-nos. A fotógrafa elegeu o Truffle Mushroom (carne, cogumelos salteados, queijo suíço, rúcula e molho de trufa) e eu, que não sou grande fã de cogumelos, o Bacon Cheeseburger (carne, bacon, cheddar, cebola roxa caramelizada, picles, alface, molho BBQ). Nenhuma de nós se arrependeu das escolhas e ambas ficámos encantadas. Atrevo-me a dizer que é mesmo dos melhores hambúrgueres que já comi em Lisboa. Suculento, com um pão brioche doce e macio e os ingredientes bem doseados, tudo conjuga na perfeição. As batatas fritas e a cola, combinação que não falha, também ajudaram.

Caso ainda tenhas espaço, ao contrário de nós, finaliza a refeição com um brownie de chocolate com chantilly, amendoim crocante e caramelo. Não termos provado é uma boa desculpa para lá voltarmos. Isso e haver, no total, onze hambúrgueres por experimentar! A mais recente adição ao menu é o Chili Jalapeños (165 gramas de carne, jalapeños, cheddar derretido, cebolas caramelizadas e molho chipotle). Ainda assim, o best-seller mantém-se o típico cheeseburger, mas o Cheesy Veggie não lhe fica atrás.

Se te consegui convencer, aponta o horário: de segunda a quarta-feira, entre as 12 e as 22h30h, e de quinta a domingo, entre as 12 e as 23h. O horário vai-se adaptando àquilo que o Governo estipula, portanto, fica atento. Aviso, desde já, que, se estiveres a considerar o take-away, fá-lo antes das 20h em dias úteis e antes das 13h aos fins de semana. A partir dessa altura, terás de recorrer às aplicações que tens no telemóvel para fazer encomendas, sabendo que, mais tarde ou mais cedo, terás um deleite à tua porta. Quando finalmente podermos regressar ao normal (ou o mais aproximado), dá um pulo à Travessa dos Remolares 41 1200-372 Lisboa. Vale a pena viveres o Dallas em vez de ficar só pela comida.

Localizado a cerca de cinco minutos do metro do Cais do Sodré, mesmo junto à famosa Rua Cor de Rosa, o Dallas é “um espaço onde podes ir ter com teus amigos a começar ou a terminar a noite”. Junta esta ida aos teus planos para celebrar o desconfinamento e partilha nas tuas redes sociais. Vais fazer furor – been there, done that – e com razão!

Artigo revisto por Miguel Tomás
Todas as fotografias são da autoria de Joana de Oliveira

AUTORIA

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Depois de integrar a maioria das secções da revista, a Mariana ficou encarregue de incumbir esta paixão aos restantes membros. O gosto pela escrita esteve desde sempre presente no seu percurso e a licenciatura em Jornalismo veio exacerbar isso mesmo. Enquanto descobre aquilo que quer para o futuro, vai experimentando de tudo um pouco.