Dia Mundial da Água: um direito que é de todos, mas que não é garantido
No Dia Mundial da Água, a ONU alerta para o desperdício deste recurso natural. Espera-se que o consumo de água aumente 50% nos próximos 15 anos.
Ter água potável não é uma realidade para todos os habitantes do planeta. Viver num local onde existe um sistema de esgotos que garanta a potabilidade da água também não. Provas disso são os países em que só metade da população tem acesso a água potável: é o caso de Angola, Moçambique e Guiné Equatorial. Em 2015, quase seiscentos e setenta milhões pessoas não tinham acesso a água limpa.
No Dia Mundial de Água, a ONU alerta para as previsões negativas para os próximos anos: até 2030, o consumo de água em todo o planeta aumentará 50%.
Outro dos temas levantados é o das águas residuais: a produção global está entre os seiscentos e oitenta e os novecentos e oitenta milhões de metros cúbicos. Para se entender a gravidade do problema, a ONU revela que a capacidade atual só permite tratar cerca de 4% destas águas em níveis avançados.
As consequências de água mal tratada são claras: podem destruir plantações e, consecutivamente, comprometer o valor comercial dos produtos.
O Conselho Mundial da Água afirma que os gastos com a insegurança dos recursos hídricos chegam aos quinhentos mil milhões de euros anuais.
Mas, como garantir a segurança da água? A ONU revela que é necessário um investimento de seiscentos e cinquenta milhões de dólares em todo o mundo nos próximos 15 anos para que este objetivo seja alcançado.
No entanto, nem tudo são más notícias: cerca de 91% da população mundial tem acesso a água potável. O objetivo de atingir 88% a nível global foi atingido em 2010. África foi o único continente em que a meta não foi cumprida.
Por outro lado, só 68% da população mundial vive num local com esgotos e tratamentos de águas residuais modernos. As zonas rurais são as mais afetadas pelo fraco saneamento básico. Em todo o mundo, cerca de dois milhões de pessoas consomem água contaminada.
A ONU reconheceu o acesso à água e ao saneamento básico como um direito humano universal desde 2010.