Encontro Histórico entre Presidente da República e Fidel Castro
Naquela que foi a primeira visita de um chefe de Estado português a Cuba, o Presidente da República reuniu-se na passada quarta-feira com o histórico líder do Partido Comunista cubano Fidel Castro em Havana. Esta reunião não estava agendada e dependia do estado de saúde do carismático líder cubano.
O encontro, por si só repleto de significado, ficou marcado por coincidir com o dia em que decorreu a votação na assembleia geral das Nações Unidas contra o embargo americano a Cuba que, pela primeira vez, contou com a abstenção por parte dos Estados Unidos e de Israel – facto que Marcelo não deixou passar ao lado, frisando a oposição portuguesa ao embargo imposto pelos norte-americanos.
De acordo com o jornal oficial do Comité Central do Partido Comunista de Cuba, o Granma, neste encontro, que durou cerca de uma hora, foram tratados “diversos temas da agenda internacional e sobre as relações de amizade entre ambas as nações”. Destacado também por sua parte, Fidel Castro agradeceu a postura de Portugal perante um bloqueio que considera “brutal e desumano”.
Horas antes, Marcelo encontrou-se com o seu homólogo Raul Castro – o objetivo principal da sua passagem por Cuba. A ideia é a de aproveitar o “bom momento que Cuba está a viver”, segundo Marcelo, para dar um impulso às empresas portuguesas. O Presidente da República fez também notar “a preocupação de parte a parte de não tratar só de questões abstratas, de tratar de questões concretas em termos nomeadamente de relacionamento económico”.
“Veio uma delegação portuguesa, há projetos portugueses, há projetos para uma zona espacial – diríamos nós uma zona franca de Muriel -, há projetos para fora dessa zona, sobretudo no centro de Havana. É natural que se tenha falado pormenorizadamente dos projetos”, enumerou o chefe de Estado português.
“É muito importante tratar de economia, porque há uma coincidência com a Feira que vai começar, há uma coincidência com o Fórum que foi realizado e há uma aposta dos dois países de levar mais longe o relacionamento económico”, sublinhou.