Fado? Sim, obrigado!
O Fado foi considerado património imaterial da humanidade em 2011 e representa um grande orgulho do povo português. É, por norma, cantado por uma só pessoa, a ou o fadista, e acompanhado por guitarra portuguesa e guitarra clássica.
Enquanto alguns o apreciam e se sentem realmente orgulhosos deste símbolo nacional, a outros passa-lhes completamente ao lado. Mas porquê? Não é o fado uma grande herança que nos leva a todas as partes do mundo?
Então, porque é que, por vezes, este grande património parece não ser tão apreciado cá dentro como é lá fora? Não digo que não haja apreciadores deste género musical mas, hoje em dia, é muito mais difícil para um jovem fadista subir na sua carreira do que para uma nova boys band.
O que aconteceu à nossa sociedade para dar mais crédito e visibilidade a estilos musicais que não os nossos? O típico Fado, aquele que demonstra exatamente o que é o povo português, vale a pena ser ouvido, disso não tenho qualquer dúvida, e aconselho vivamente quem acha o contrário a aproveitar para visitar uma das muitas casas de Fado existentes um pouco por todo o país, e ficar a conhecer de perto este ícone da nossa cultura.
Existem tantos fadistas para serem ouvidos, fadistas por quem vale realmente a pena despender algumas horas da nossa vida para os ouvir. “E que fadistas são esses?”, perguntam vocês. Sem referir Amália Rodrigues e outras pobres almas que já partiram deste mundo, há bastantes fadistas da atualidade que também merecem a nossa atenção. Refiro-me a Ana Moura, Carminho, Mariza, Raquel Tavares, Cuca Roseta, Joana Amendoeira, Nuno da Câmara Pereira, Rodrigo Costa Félix, entre outros.
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E porquê ouvir fado?
Porque independentemente de ser cantado com maior ou menor técnica vocal, este toca-nos sempre nos nossos corações. Porque é o género musical onde se vê e se sente a alma do povo português, porque foi através dele que inúmeras gerações desenvolveram o gosto por música, porque é das tradições mais antigas de Portugal, continuando a manifestar-se nos dias de hoje. O fado não escolhe idades nem géneros, toca e envolve todos os que o procuram e o ouvem. E se estas razões não chegarem, ouça-se fado pela simples razão de que é bonito.
E quando me perguntam se gosto e se quero ouvir fado, a minha resposta é e sempre será: sim, obrigado.