Goosebumps: de bom a péssimo
Goosebumps (“Arrepios” em português) já foi uma coleção de livros, passou a série e agora chega-nos em formato de filme pela segunda vez. É uma história que nos acompanha desde muito novos e que se tem dado bem em todos os formatos, apesar de estar a perder a qualidade.
“Goosebumps 2: Halloween assombrado” conta a história de Sam (Caleel Harris) e Sonny (Jeremy Ray Taylor), dois adolescentes que tentam ganhar algum dinheiro a comprar e vender artigos em segunda mão. Num dos primeiros dias de trabalho, recebem uma indicação para irem até uma casa antiga buscar alguns pertences. O destino leva-os até um livro de Harry L. Sting, inacabado e fechado a sete chaves. Sempre que este livro é aberto, Slappy, um boneco ventríloquo, ganha vida. Slappy sonha em ter uma família, principalmente uma mãe. Por isso, esforça-se para se integrar na nova família que o encontrou, mas não é bem recebido. Como vingança, decide usar os seus poderes para dar vida a todos os monstros de Halloween para que estes se tornem na sua família. Sam e Sonny terão, então, de ganhar coragem e salvar o mundo.
Este é o fio condutor que guia os dois filmes inspirados nos livros de H. L. Stine. No entanto, apesar de a diferença entre a narrativa do primeiro e a do segundo filme não ser muito notável, os dois filmes são bastante distintos. Nesta sequela, a realização mudou e, com ela, toda uma série de pequenos detalhes mudou também. Há, por exemplo, menos momentos de humor, que ajudavam a suavizar a parte mais “aterrorizante” do filme (tendo em conta que o público-alvo é o infantojuvenil). Isto deve-se também à escassa participação de Jack Black no filme – apesar de este ter tido o papel principal no primeiro. O recurso excessivo a clichés e a referências a filmes de terror conhecidos tornaram também o filme pouco emocionante e previsível. Para além disto, o filme parece curto aos olhos de quem procura emoção.
A verdade é que o primeiro filme se revelou ser fora do comum, mas o segundo foi apenas mais do mesmo. A junção de todos estes pormenores retirou suspense e ação ao filme, apesar de ter havido um notável melhoramento dos efeitos visuais. Talvez a intenção do realizador (Ari Sandel) tenha sido adequá-lo a um público mais jovem. Para isso, escolheu atores mais novos do que aqueles que se apresentaram no primeiro filme.
Se o plano é recordar as excelentes histórias de terror de H. L Stine, que muitos leram em pequenos, Goosebumps é uma excelente aposta. Mas o melhor é ficar pelo primeiro.
Artigo revisto por Sara Tomé