Jornalistas ameaçados e atacados durante a campanha eleitoral brasileira
Registaram-se ameaças e ataques físicos contra jornalistas durante a campanha eleitoral no Brasil. O jornal Folha de São Paulo recebeu ameaças por mensagem após publicar uma reportagem sobre Bolsonaro. A organização não-governamental Human Rights Watch já denunciou os casos.
Esta quinta-feira, a Human Rights Watch denunciou atos de violência, como perseguições e ataques físicos, contra os jornalistas. A campanha eleitoral no Brasil está a decorrer e existem várias organizações não-governamentais brasileiras e internacionais, como a Repórteres sem Fronteiras’ (RSF), ‘Comité para a Proteção dos Jornalistas’ (CPJ) e ‘Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo’ (Abraji), que pedem aos candidatos à Presidência para condenarem estas ações.
Recentemente, a repórter do Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello, recebeu ameaças através da internet e por telefone e viu a sua conta do Whatsapp ser atacada. Estes ataques surgiram após a publicação de uma reportagem sobre uma suposta campanha de envio de notícias falsas feita por empresários apoiantes de Bolsonaro.
Em declarações à TSF, Camila Braga, editora digital do Folha de São Paulo, afirma que o mais grave são as ameaças diretas aos jornalistas. “A repórter Patrícia Campos Melo, uma das melhores e mais importantes jornalistas do Brasil, foi ameaçada, o WhatsApp dela foi invadido. Outros jornalistas da casa foram ameaçados, não é a primeira vez, mas nunca de forma tão contundente”, explica.
O jornal já pediu uma investigação ao Tribunal Superior Eleitoral. Segundo Camila Braga, existe um “risco para a segurança do exercício do trabalho de jornalismo, o que seria uma censura à imprensa, um cerceamento à liberdade de imprensa”.
A Coordenadora do Programa do CPJ para a América Central e do Sul, Natalie Southwick, afirma que “Os jornalistas que cobrem a eleição presidencial no Brasil devem poder trabalhar livremente e com segurança enquanto fazem reportagens sobre questões de interesse público”.
Os casos de violência são, na maioria, atribuídos aos apoiantes de Bolsonaro e, a seguir, ao Partido dos Trabalhadores, como documenta a Abraji.
Corrigido por: Beatriz Pardal