Cinema e Televisão

La La Land: uma explosão de cores com um desfecho agridoce

La La Land foi um filme realizado em dezembro de 2016 pelo incrível Damien Chazelle, inspirado em filmes como Singing in the Rain e Top Hat. Recebeu vários prémios, entre eles, um óscar. Este musical retrata a história de Mia, uma aspirante a atriz que tenta chegar ao topo da sua carreira, e de Sebastian, um músico de jazz. Ambos apaixonam-se e encorajam-se para que consigam alcançar os seus sonhos e ambições.

A música por trás das cenas realça o tom do início ao fim, dando assim à audiência uma experiência imersiva do filme que desperta as suas emoções. Destaco os temas City Of Stars, A Lovely Night e Mia’s and Sebastian’s Theme usados ao longo do filme.

As cores e iluminação predominantes no filme também têm um grande papel sobre as ações do mesmo. A primeira cor apresentada é o azul, que representa, no meu entender, a nostalgia, o anseio por algo e a inspiração, visto que é predominante em todas as cenas antes do “sucesso” de Mia e em algumas cenas com Sebastian. 

Fonte: Medium

O vermelho é uma espécie de previsão do futuro. É possível observar isso no início do filme, quando uma atriz famosa vestida de vermelho vai ao encontro de Mia, no café onde esta trabalha; em paralelismo, no final, é a própria Mia a aproximar-se de quem está a atender no café. A cena mais nostálgica e famosa do musical é a combinação destas duas cores, formando o roxo, que junta ambas as emoções: a cor do amor e da felicidade, unindo emoções opostas: paixão e introspeção. Muitas cenas que refletem o sonho versus a realidade têm tons de roxo, sugerindo a tensão entre os dois mundos. 

O verde, ao contrário do esperado, não representa a esperança. Significa queda, incomodidade e vemos isso claramente na cena de discussão entre Mia e Sebastian sobre os seus futuros e objetivos.

Fonte: Pinterest

Por fim, o branco representa um cenário irreal, por isso em todas as cenas em que o branco predomina, a fantasia e o hipotético são representados. Apresenta-se a ideia de que numa tela branca é possível criar o que quisermos.

Fonte: Twitter
Fonte: Pinterest

Esta obra tem também como objetivo mostrar ao público diversos locais de Hollywood e a sua estética retro. Este é um filme que nos faz refletir sobre amor, ambição e sacrifícios no caminho para alcançar os nossos sonhos. Uma verdadeira celebração do cinema e da música. Combinando elementos visuais e musicais de forma meticulosamente planeada, Damien Chazelle convida o público a explorar o mundo emocional de Mia e Sebastian, dois indivíduos comuns em busca de algo extraordinário.

Uma das características mais notáveis de La La Land é a sua habilidade de harmonizar o otimismo característico dos musicais convencionais com uma perspetiva realista da vida. Embora o filme nos encante com performances de dança vibrantes e melodias encantadoras, também nos recorda que nem todos os sonhos são alcançados sem sacrifícios. O desfecho é uma afirmação impactante acerca da essência das decisões humanas e do custo do sucesso. Esta dualidade, a comemoração do sonho e a aceitação da realidade, é o que faz de La La Land um filme tão inesquecível e emocionalmente intenso.

Fonte da capa: CinePOP

Artigo revisto por Mariana Céu

AUTORIA

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A Inga está no primeiro ano de licenciatura em Audiovisual e Multimédia. É uma amante de todas as formas de arte, desde música, cinema e televisão até exposições, teatro e artes plásticas. O seu envolvimento com a escrita sempre foi uma constante na sua vida, e ela sempre adorou dar a sua opinião sobre os diversos assuntos que rondam o mundo. Sempre que tem uma ideia, não hesita em anotá-la, esteja onde estiver. O enriquecimento cultural e o contributo para o seu desenvolvimento pessoal são algumas das razões pelas quais compartilhará as suas ideias na ESCS Magazine, juntamente com a sua habilidade para organizar seja o que for.