Liga dos Campeões (UEFA) -Ajax faz história e o incrível Cristiano Ronaldo resolve
A segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões não desiludiu os verdadeiros fãs da prova, sendo marcada por inúmeras reviravoltas nos resultados, pela queda estrondosa do atual detentor da prova, o Real Madrid e, claro está, pela vingança de Cristiano Ronaldo sob um conhecido rival.
A abrir os jogos da segunda mão, voltaram a encontrar-se no Signal Iduna Park, em Dortmund, o Borussia e o Tottenham, num jogo que ficou praticamente decidido na primeira mão em casa dos Spurs, tendo este ganho ao Borussia de forma convincente por 3-0. Apesar de o Borussia ter uma enorme montanha para ultrapassar, iniciou a partida com garra para dar a volta ao resultado, tendo chegado, por inúmeras vezes, com perigo à baliza defendida por Hugo Lloris. Infelizmente para a equipa de Dortmund, Lloris estava muito inspirado e determinado a manter as suas redes a salvo. O jogo foi para o intervalo exatamente como tinha começado, a zeros. Na segunda parte, o Borussia entrou com a mesma força. Contudo, o jogo foi imediatamente resolvido aos 48 minutos pelo matador Harry Kane, que apontou o quinto golo na prova, numa desmarcação rápida que deixou toda a defesa do Dortmund para trás. Em frente ao guarda-redes adversário, Kane não desperdiçou. É caso para dizer que quem não marca sofre. O jogo terminaria em 1-0, com um agregado de 4-0 favorável ao Tottenham Spurs.
No outro jogo da noite, no Santiago Bernabéu, aguardava-se a primeira surpresa dos oitavos de final. O Real Madrid enfrentava novamente o Ajax, que tinha ganho por 2-1 em Amesterdão. O jogo iniciou-se com o Real Madrid a chegar com imenso perigo à baliza de André Onana, logo aos quatro minutos, através da cabeça de Varane, que enviou a bola com estrondo à barra. Para surpresa de todos, o primeiro golo da noite iria mesmo surgir do outro lado. Tadic, em contra-ataque, faz um passe cruzado para Ziyech e este não deu hipóteses, apontando o 1-0 aos sete minutos. Este seria, então, o princípio do fim para o Real Madrid, que viu desaparecer aos 18 minutos a vantagem que tinha na eliminatória, novamente pelos pés de Tadic. Este passou por todos os jogadores da equipa de Madrid que lhe apareceram pela frente, fazendo então um passe que isolou Neres, que não desperdiçou em frente a Courtois, aplicando o 2-0. Contudo, o Ajax não ficou por aqui, voltando na segunda parte a marcar o terceiro golo, aos 60 minutos, através de Tadic, que foi um verdadeiro pesadelo para o Real Madrid. Os adeptos da casa ainda viram a desvantagem a ser reduzida para 3-1, através de Marco Asensio, que tinha substituído, ainda na primeira parte, o lesionado Vinicius Junior. Mas o Ajax não estava para brincadeiras e voltou logo a seguir a marcar, desta vez por Lasse Schone, aos 72 minutos. Aplicou então o resultado final de 4-1, que eliminaria o atual campeão da prova, Real Madrid, com um surpreendente agregado de 5-3, favorável ao Ajax.
No Estádio do Dragão, encontravam-se novamente o FC Porto e o AS Roma. A vantagem estava do lado da Roma, que vinha da primeira mão com um resultado favorável de 2-1, aplicado em sua casa, no Stadio Olimpico. Sérgio Conceição e a sua equipa tinham então a tarefa de dar a volta a este resultado, com a vantagem de jogar em casa. Foi exatamente isso que começou a fazer logo aos 26 minutos, através de Tiquinho Soares, que, pelo passe de Marega, colocou os Dragões na frente da eliminatória. A Roma não se deixou ficar e, aos 37 minutos, viu ser assinalada uma grande penalidade a seu favor, por falta de Militão sob Perotti. De Rossi foi o jogador a assumir a responsabilidade e, com toda a sua experiência, enganou Iker Casillas, fazendo o 1-1 e colocando o Porto numa situação complicada. Na segunda parte, Moussa Marega voltou a colocar os Dragões na frente do marcador, pelo passe de Corona, marcando o sexto golo na prova. O jogo iria mesmo chegar aos 90 minutos com a eliminatória empatada, num jogo em que o domínio foi praticamente todo do FC Porto, que apenas tomou alguns sustos no final. A luta continuou então no prolongamento e, quando tudo apontava para que a eliminatória fosse resolvida nas grandes penalidades, foi então que Fernando Andrade foi derrubado dentro da área por Florenzi, com um puxão na camisola que não passou despercebido ao VAR, que comunicou de imediato ao árbitro da partida, e este assinalou uma grande penalidade para o Porto. Alex Telles foi o escolhido para a marcação do penálti e não deu hipótese a Robin Olsen. Marcou o 3-1 e resolveu a eliminatória, que acabou com um agregado de 4-3 a favor dos Dragões.
Em Paris, no Parque dos Príncipes, disputava-se o jogo do Paris Saint-Germain contra o Manchester United, onde o PSG se encontrava em vantagem, depois de ter ganho ao United por 2-0 em Old Trafford. Apesar de tudo parecer favorável ao PSG, foi o United que marcou primeiro, através de Lukaku, que, logo aos dois minutos de jogo, conseguiu colocar a equipa de Manchester na frente do marcador. Aproveitando um erro da defesa de Paris, o United ficava apenas a um golo de empatar a eliminatória, mas os Parisienses tinham uma palavra a dizer no jogo. Com passe de Mbappé, Juan Bernat fez o 1-1 aos 12 minutos, colocando a equipa de Paris numa posição muito boa para passar à próxima fase da competição. Ainda assim, a defesa de Paris iria oferecer mais um golo à equipa de Manchester. Após um remate de Rashford, Buffon não foi capaz de segurar a bola e Lukaku aproveitou para fazer o 2-1, aos 30 minutos, e colocar o Manchester de novo na eliminatória. A equipa de Paris iria ter mais uma jogada de muito perigo na segunda parte. Aos 83 minutos de jogo, Bernat enviou a bola ao poste, depois de Mbappé ter deixado a defesa toda do United para trás. Já parecia tudo resolvido quando, aos 91 minutos, foi assinalado um penálti um pouco controverso, depois de a bola ter batido no braço de Kimpembe após remate de Diogo Dalot. Da marca dos onze metros Rashford não perdoou e fez o 3-1 final, deixando, então, o PSG de fora dos quartos de final. O resultado em agregado ficou em 3-3, favorável ao Manchester United, por golos marcados fora de casa.
Em Manchester, no Etihad Stadium, o Manchester City defrontava o Schalke 04, que já tinha vencido na Alemanha por 3-2. O favoritismo encontrava-se claramente na equipa no Manchester City, sem grandes surpresas. A equipa desde cedo dominou o jogo e as jogadas de perigo acumulavam-se na baliza do Schalke. No entanto, o primeiro golo da partida só viria a surgir aos 35 minutos, por grande penalidade, depois de Jeffrey Bruma derrubar Bernardo Silva dentro da área. Kun Aguero assumiu a marcação e, sem surpresas, não desperdiçou e, de panenka, fez o 1-0. Se as coisas ainda não estavam difíceis para o Schalke, não iriam demorar a ficar. Aguero, pelo passe de Sterling, fez o 2-0 passados apenas três minutos, mas o pesadelo dos Alemães estava longe de acabar. Sané fez o 3-0 aos 42 minutos ao fechar da primeira parte. Na segunda parte, o City não abrandou e, aos 56 minutos, pelo passe de Sané, Raheem Sterling fez o 4-0. Sané estava com a pontaria afinada e, aos 71 minutos, fez o passe para o golo de Bernardo Silva, que assinalou o 5-0. Mais tarde, assistiu também Phil Foden, que tinha entrado aos 64 minutos, para fazer o 6-0. O massacre ficou concluído aos 84 minutos, por Gabriel Jesus, que também tinha entrado aos 64 minutos, com assistência de Bernardo Silva. O Manchester City eliminava, assim, o Schalke 04 de forma convincente, com um agregado de 10-2.
Em Turim, a Juventus defrontava o Atlético Madrid. A equipa espanhola encontrava-se numa posição muito boa, tendo ganho em casa por 2-0. Colocava, assim, a Juventus numa situação demasiado complicada para a segunda mão, que necessitava de ganhar pelo menos por 3-0 para ultrapassar os “colchoneros”. A Juventus ainda viu um golo ser anulado logo de início, por falta de Cristiano Ronaldo sobre Oblak, mas o Atlético Madrid tinha entrado com vontade de resolver o jogo cedo, chegando à baliza da Juventus por duas vezes com algum perigo. Foi então aos 27 minutos que o verdadeiro espetáculo do suspeito do costume começou. Com cruzamento de Bernardeschi, o cabeceamento imparável de Cristiano Ronaldo fez o 1-0, contra uma equipa que já tinha eliminado na prova por cinco vezes consecutivas. A equipa da Juventus começou a assumir o controlo do jogo, perante um Atlético que sentiu bastante o primeiro golo. Bernardeschi, que também fez um jogo muito bom, ainda testou a baliza de Oblak por duas vezes antes de soar o apito do intervalo. No início da segunda parte, após cruzamento de João Cancelo, Cristiano Ronaldo volta a marcar de cabeça, aos 49 minutos, num lance em que a bola aparenta não entrar nas imagens televisivas, mas que é bem validado pela equipa de arbitragem, com o uso da tecnologia da linha de baliza. A Juventus encontrava-se agora à beira de fazer algo extraordinário, perante um Atlético Madrid sem capacidade para reagir. É aos 86 minutos que Bernardeschi, depois de uma corrida incrível desde o meio campo, é derrubado por Correa dentro da grande área (erro gigante do jogador do Atlético Madrid), que faz uma grande penalidade claríssima. Cristiano Ronaldo assume e, depois de ter prometido um hat-trick após a derrota na primeira mão, faz o 3-0 final, sem qualquer hipótese para Oblak. A Juventus deixa para trás o Atlético Madrid de forma espantosa, numa noite quase perfeita da equipa de Turim, com um agregado de 3-2.
Em Munique, no Allianz Arena, defrontava-se o Bayern Munique contra o Liverpool. As duas equipas vinham de um nulo em Liverpool e era esperado um jogo equilibrado, com algum favoritismo para a equipa da casa. Contudo, o Bayern tinha pela frente na prova uma equipa sensação e isso foi confirmado quando, aos 26 minutos, Sadio Mané, depois de uma jogada de muita inspiração, finta três jogadores do clube alemão, incluindo Neuer, e faz o 1-0 para a equipa inglesa. Após o golo, o Bayern começou a crescer no jogo, tendo então de marcar dois golos para passar para a próxima fase. Conseguiu mesmo chegar ao empate aos 39 minutos. Depois de um cruzamento de Gnabry para a área, Matip, numa tentativa de cortar a bola, faz mesmo o auto-golo, colocando assim o Bayern em jogo novamente. O jogo só voltou a ter golos na segunda parte quando, aos 69 minutos, a partir de um canto cobrado por Milner a favor do Liverpool, Virgil Van Dijk faz o 2-1 através de uma cabeçada enorme, que não deu hipóteses a Neuer. A equipa alemã sentiu bastante o golo dos ingleses e não conseguiu voltar ao jogo. O Liverpool conseguiu, ainda, ampliar a vantagem para 3-1, novamente por intermédio de Sadio Mané, que colocou a sentença final ao Bayern Munique e às suas aspirações na prova. O Liverpool passa para a próxima fase de forma convincente, com um agregado de 3-1.
Em Barcelona, no Camp Nou, jogava-se o jogo do Barcelona contra o Lyon. A equipa espanhola era claramente a favorita apesar do empate a zeros em casa dos adversários franceses. O Barcelona assumiu o controlo desde cedo no jogo e chegou rapidamente ao golo, com um penalti discutível, assinalado aos 17 minutos por falta de Jason Denayer sobre Suárez. Messi assumiu e, com toda a tranquilidade e experiência, fez o 1-0 para o Barcelona, deixando a vida da equipa francesa difícil. Suárez iria mesmo oferecer um golo a Coutinho aos 31 minutos. Depois de uma jogada rápida efetuada pela equipa catalã, Suárez, isolado, oferece o golo a Philippe Coutinho, que só tem de encostar para o 2-0. Na segunda parte, a equipa de Lyon ainda ganha alguma esperança quando, aos 58 minutos, Tousart faz o 2-1. No entanto, rapidamente essa esperança desapareceu, com o génio Lionel Messi a aparecer e a fazer o 3-1, aos 78 minutos. Piqué, quase como ponta-de-lança, faz o 4-1 ao minuto 81, com assistência de Messi. Aos 86 minutos, Dembelé, que tinha entrado como substituto de Coutinho aos 70, faz o 5-1 final. O Barcelona elimina, assim, e com alguma facilidade espectável, a equipa do Lyon, com um agregado de 5-1.
Destaque: Hat-Trick de Cristiano Ronaldo e a vitória surpreendente do Ajax sobre o Real Madrid
Quartos de Final:
FC Porto – Liverpool
Manchester City – Tottenham
Manchester United – Barcelona
Ajax – Juventus
Meias Finais:
FC Porto/Liverpool – Manchester United/Barcelona
Manchester City/Tottenham – Ajax/Juventus
Fonte “thumbnail”: UEFA
Artigo revisto por: Vitória Monteiro