Medidas “recessivas” são aprovadas no parlamento grego apenas com os votos dos partidos do governo
Neste Sábado, Syriza e Gregos Independentes foram os únicos partidos do parlamento grego que aprovaram a implementação de novas medidas de austeridade; os restantes, incluindo a Nova Democracia, votaram contra.
Mais de 140 deputados gregos rejeitaram o pacote de medidas exigidas pelos credores europeus, que validava a primeira parcela do empréstimo de 86 mil milhões de euros.
Na segunda candidatura às eleições, Tsipras decidiu pôr o radicalismo de lado prometendo ao povo grego uma renegociação com os credores para a redução da dívida. No entanto, esta tentativa de renegociação só poderia ocorrer após a recapitalização da banca, algo que, segundo o primeiro-ministro, só pode ser feito a partir de “medidas difíceis”.
O facto de a oposição ter utilizado como justificação o argumento de que essas são medidas “recessivas” que irão atrasar o crescimento económico do país surpreendeu o líder do Syriza: “O que estão a fingir hoje? Que são contra o memorando? Ao longo de cinco anos vocês concordaram com fazer tudo o que os credores disseram para fazer, sem negociar”, contrapôs.
O aumento de impostos e da idade da reforma, os desincentivos às reformas antecipadas e o aumento de sanções para o combate à fraude e à evasão fiscal foram algumas das medidas aprovadas pelo parlamento.
No final do mês, Atenas irá contar com a presença de representantes do Fundo de Estabilização Financeira, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia, que irão avaliar o rumo do terceiro programa de resgate, que terá início nas próximas semanas.