Menores viciados no jogo Placard
Placard conquista jovens menores de idade levando-os a fazer apostas, em busca de dinheiro fácil, nas tabacarias ou papelarias.
A plataforma de apostas Placard já conseguiu reunir quase meio milhão de apostadores e 65 milhões de euros nos quatro meses após o seu lançamento. O mais recente jogo da Santa Casa da Misericórdia, o Placard, está a tornar-se bastante popular e viciante entre jovens. O Jornal de Noticias avançou vários pormenores em relação ao comportamento de vários menores em Alpiarça.
A vontade de jogar é tanta que são vários os que abdicam do dinheiro do almoço para poder registar o boletim. Sobretudo em dia de grandes jogos, a afluência de menores às papelarias para comprar o Placard é geralmente grande.
A situação é ilegal, mas para a contornar os menores utilizam o número de contribuinte dos pais ou de amigos maiores de idade. Para apostar pela primeira vez, o cartão de cidadão ou o número de contribuinte tem de ser apresentados. No entanto, após o primeiro registo, o terminal entrega um talão com o número de identificação fiscal do jogador para apresentar nas apostas seguintes.
Se até agora esta ilegalidade passava ao lado das autoridades, na semana passada, através da denúncia de pais e professores da escola perto de uma papelaria em Alpiarça, dois jovens, um de 15 e outro de 16 anos, foram identificados pela GNR. Tinham consigo uma aposta de dois euros, que podia render quase 29 euros. Se a aposta dos menores for vencedora nada há a fazer se não entregar o prémio, pois o talão não pode ser retido.
A Santa Casa da Misericórdia garantiu não ter conhecimento da situação e referiu que, se vier a ter, “atuará nos termos da lei”. Quanto ao proprietário do estabelecimento, a contraordenação levantada pode ir até aos 25 mil euros.
Segundo o presidente da associação que representa os mediadores de apostas, Vasco Melo, a Santa Casa da Misericórdia deu uma ação de formação para os mediadores de apostas onde ficaram esclarecidas as regras que se deveriam seguir. Vasco Melo afirma que o Placard é o jogo mais controlado e o que menos lucro dá aos mediadores de apostas, por isso, não acredita que se arrisque perder a licença vendendo boletins a menores.