Mulheres turcas podem optar por manter o seu apelido quando casam
Um acórdão do Tribunal Constitucional turco estabeleceu que as mulheres na Turquia vão ter a possibilidade de optar entre manter o seu próprio apelido quando casam ou de adotar o apelido do marido. Esta medida só irá entrar em vigor daqui a nove meses e tem o intuito de reforçar o princípio constitucional de igualdade entre homens e mulheres, para que não exista diferença no tratamento entre os géneros.
Neste país, e até 2015, era obrigatório que as mulheres adotassem o apelido do seu cônjuge. Nesse mesmo ano, saiu outra decisão judicial que permitia que as mulheres ficassem com um apelido composto, ou seja, mantinham o seu apelido e adicionavam o do marido.
Deste modo, o maior progresso está a acontecer no presente com o último acórdão do Tribunal Constitucional da Turquia.
É, também, mais uma conquista e um marco na luta pela igualdade de género num país islâmico onde já se realizaram diversas marchas e manifestações pelos direitos das mulheres. No passado Dia da Mulher, apesar de o governo turco ter tentado impedir que as mulheres saíssem à rua na luta para protestar os seus direitos (ou falta deles), como igualdade salarial e o fim da violência de género, a marcha teve bastante adesão. Apenas em Istanbul, 38 mulheres foram detidas como consequência desta marcha e muitas outras pessoas foram feridas devido à violência policial exercida.
Assim, este passo constitui-se como um enorme progresso para conferir mais liberdade e independência às mulheres turcas.
Fonte da capa: Ozan Kose / AFP
Artigo revisto por João Nuno Sousa
AUTORIA
A Margarida sempre gostou muito de escrever e de estar informada sobre o que a rodeia; por isto, percebeu que Jornalismo era a área mais adequada para si. Agora, na ESCS Magazine, espera poder melhorar as suas competências ao mesmo tempo que dá asas ao seu amor pela escrita.