Música e Cinema: O dueto perfeito
É possível afirmar que na atualidade podemos encontrar música em qualquer canto ou lugar. No dia a dia, com os nossos auscultadores, no elevador do shopping, na rádio do carro quando estamos no trânsito em hora de ponta, entre outros sítios, mas existe um onde a música se encontra sempre de forma inevitavelmente presente: o cinema.
A realidade é que nos filmes dos dias de hoje a soundtrack dos mesmos é fundamental ou estes nem sequer são lançados, o que nos leva a perceber que a música no cinema é importante e que não se pode descartar. Mas terá sido sempre assim? Terá a música sido sempre um elemento essencial na criação de um filme?
Nos primórdios do cinema, ou também chamada a “Era do Cinema Mudo” (1890-1920), a música seria fundamental para contar a história presente no filme, mostrar as emoções dos personagens nele presente e enfatizar o tom das cenas que seriam desenroladas. Aqui a música era executada ao vivo, visto que a gravação de músicas ainda não tinha sido criada, sendo a mesma tocada por pequenas orquestras ou pianistas.
Com o surgimento da gravação de som e do som sincronizado nos filmes, a música passou a ser integrada diretamente nos filmes, permitindo o uso de bandas sonoras gravadas em paralelo com as vozes dos atores. O primeiro filme a usar esta técnica foi O Cantor de Jazz, em 1927.
Já na “Era dourada de Hollywood” (1930-1950), a música no cinema tornou-se grandiosa, com orquestras completas e composição musical específica para cada filme. São inúmeros os filmes que a partir desta época passaram a investir na composição musical, sendo exemplo disso o filme Sabrina, de 1954, ou até mesmo Gentlemen prefer blondes, de 1953.
Na 2ª metade do século passado, o cinema ficou marcado pela utilização exponencial de temas musicais facilmente reconhecíveis, como singles dos grandes artistas das diferentes décadas. Este período ainda foi marcado por uma mudança no tom das bandas sonoras dos filmes, que passaram de um estilo mais clássico para um género musical mais influenciado pelas novas tecnologias. Grandes exemplos deste fenómeno são os filmes Star Wars (1977) e Blade Runner (1982) com as suas bandas sonoras futurísticas e eletrónicas, sendo a do segundo filme referido produzida pelo aclamado compositor musical Vangelis, conhecido pela sua sonoridade futurista, experimental e sonhadora.
Por fim, chegamos à música no mundo cinematográfico da atualidade. Desde a entrada no novo milénio que as soundtracks contemporâneas passaram a combinar orquestras tradicionais (como forma de incorporar a nostalgia do passado glamoroso) com a música eletrónica e outros géneros musicais (como forma de incorporar a visão inovadora do futuro). Além disso, a presença de singles populares nos filmes tornou-se significativamente notória, sendo possível, muitas vezes, encontrar as músicas dos nossos artistas favoritos nos últimos filmes a serem lançados.
Podemos assim concluir que a presença musical no cinema tem sido desde sempre notória, fundamental e inevitável, e que, ao longo da história do mundo cinematográfico, a música desempenhou sempre um papel essencial na criação dos diversos cenários, histórias e magias do cinema.
Fonte da capa: Lightworks
Artigo revisto por Beatriz Mendonça
AUTORIA
Diogo, ou mais conhecido pelo seu apelido social “Barão”, de 20 anos e atualmente na licenciatura de RPCE, sempre foi o que se pode chamar um personagem “abstrato”. Dividido entre o extrovertido em público e o introvertido naquilo que ele chama a sua arte, ele sempre foi reconhecido pela presença diferenciada nos diferentes meios, quer nos presenciais (com o seu estilo comparado ao de um senhor antiquado do século passado), quer nos digitais, com as suas vertentes artísticas na sua música (como produtor e criador musical), na sua poesia e escrita, na sua fotografia e na estética que este apresenta nas suas próprias redes sociais (“fkabarao” para os interessados). Entrou na escs magazine pela necessidade de viver mais a vida académica que sentiu em falta, e de forma a tentar aprender novas habilidades para o seu trabalho futuro, sendo esse mesmo futuro para ele ainda incerto, mas que para a sua filosofia de vida espera ser um futuro cheio de experiências, aprendizagens e memórias.