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Newshold, empresa que detém os jornais Sol e i, anuncia fecho

pescada

Mário Ramires comunicou esta segunda-feira em plenário de redações o fecho da Newshold – empresa de Álvaro Sobrinho que detém os jornais i e Sol. Na origem desta decisão terá estado a situação financeira dos dois jornais, que fecharam o ano passado com um prejuízo conjunto de cerca de oito milhões de euros.

Por enquanto, os dois jornais deverão manter-se, mas apenas com um terço dos funcionários. No entanto, a redação de ambos será complementar, o que significa que os jornalistas vão poder escrever para ambos os jornais e os serviços passam a ser partilhados, eliminando-se ainda algumas repetições, como, por exemplo, a edição de fim-de-semana do jornal ‘i’, visto que já existe o semanário Sol. Este semanário, por sua vez, será publicado ao sábado, ao invés de à sexta-feira, como acontecia anteriormente.

Para além de no despedimento de dois terços dos trabalhadores dos jornais, esta restruturação resultará também no corte dos salários daqueles que mantiverem o seu trabalho (podendo este corte chegar aos 50%, no caso daqueles que ganham mais, nomeadamente, a administração), e no anulamento de várias regalias (desde telemóveis a transporte). Ademais, quem mantiver o seu trabalho estará sujeito à reformulação do seu contrato, sob moldes que ainda não foram estabelecidos.

Mário Ramires comunicou ainda aos trabalhadores a possibilidade de ser criada uma nova empresa, com outros acionistas, que ainda não foram revelados, mas, por enquanto, é esta a situação: os dois títulos de informação mantêm-se com as condições acima descritas.

“O que está a acontecer é uma machadada na diversidade da paisagem informativa em Portugal”, afirmou a presidente em exercício do Sindicato de Jornalistas, Ana Luísa Rodrigues, que mostrou o seu intenso descontentamento face à situação. Ana Luísa Rodrigues alertou ainda os trabalhadores para não assinarem, “no calor do momento”, documentos que lhes sejam apresentados e que lhes possam vir a retirar direitos (como autorizações que dispensem a empresa de apresentar uma caução para os créditos devidos aos trabalhadores).

Mário Ramires explicou que os salários de dezembro deverão ser pagos até ao final desta semana e o subsídio de Natal até ao dia 25, e garantiu ainda que todos os que não ficarem na nova empresa receberão a devida indemnização.