O mais recente tributo de The Hunger Games
Com a sua chegada aos cinemas, no passado dia 16 de novembro, The Hunger Games: The Ballad of Songbirds and Snakes é sinónimo do regresso de um dos franchises mais queridos de uma geração marcada por filmes de distopia.
A nova adição aos filmes recua 64 anos no tempo para contar a história do infame ditador Snow. Contudo, mesmo podendo parecer um testemunho do amor entre Corialanus e Lucy Gray, The Ballad of Songbirds and Snakes é, acima de tudo, uma história de auto-preservação, que desvenda não só o passado de Panem pós-guerra, mas também dos jogos antes de se tornarem num espetáculo.
Encontramos, então, Snow na sua adolescência à procura de uma forma de manter o seu estatuto e de se alimentar e à sua família (a sua avó e prima Tigris, que conhecemos em The Hunger Games: Mockingjay parte II). Corialanus disputa o prémio Plinth, que lhe garantirá forma de subsistência no Capitólio, quando é confrontado com um último desafio para garantir o prémio: terá de ser mentor de um dos tributos dos Jogos da Fome anuais, tornando a sua missão fazer com que Lucy Gray Baird ganhe a 10.ª edição dos jogos.
Dividida em três partes distintas, a prequela, apesar de partilhar a temática dos jogos com os filmes anteriores, foca-se no complexo arco de Corialanus Snow. Esta é uma personagem conhecida do público e por quem o espectador é motivado a torcer ao longo das duas primeiras partes do filme (conseguindo fazer esquecer o vilão dos filmes originais), quer pelo seu contexto trágico como órfão forçado a manter uma aparência rica, não obstante das dificuldades que enfrenta, mas também pelo romance que desenvolve com a protagonista. Contudo, é na terceira e última parte que nos apercebemos de que, para Snow, os meios justificam os fins, ou seja, é-nos rapidamente revelado que a paranóia e a ambição do protagonista alimentam as suas ações, independentemente das consequências, com o fim de chegar ao poder e concretizar os seus objetivos. Voltamos, assim, a ver o tirano que já conhecíamos.
É de destacar no filme o desempenho dos atores, que dão vida a personagens tão complexas, com especial atenção para Tom Blyth, que, enquanto Snow, nos familiariza com aquele que conhecemos dos filmes anteriores, dando-lhe a sua própria entrega. Especial atenção também para Viola Davis, que encarna uma antagonista verdadeiramente aterradora.
Este regresso é, ainda, assinalado com uma banda sonora que honra a icónica tradição de ter os artistas que marcam o atual cenário pop a contribuir para o OST (como Taylor Swift, Lorde e Coldplay anteriormente), tendo sido Olivia Rodrigo a escolhida, desta vez, para criar o tema Can’t Catch Me Now.
The Hunger Games: The Ballad of Songbirds and Snakes retrata, por um lado, a pureza dos instintos e a ingenuidade (songbirds) dos jovens, que são cruelmente obrigados a viver com as consequências de uma guerra que não lhes pertence e, por outro, os instintos furtivos a que todos recorrem quando se trata de sobreviver (snakes). Em conclusão, este é um dos filmes do ano que justifica não perder uma ida ao cinema.
Fonte da capa: IMDb
Artigo revisto por Inês Gomes
AUTORIA
Atualmente no primeiro ano da licenciatura em Publicidade e Marketing, a Mariana é uma grande apreciadora de todas as formas de entretenimento, mas encontrou no cinema a sua grande paixão, que lhe permite reunir todos os seus gostos em um. Sempre soube que iria enveredar por uma área ligada à comunicação o que a levou até à ESCS, onde teve a oportunidade de ligar a curiosidade que sempre teve pela escrita ao hobbie que mais ocupa o seu tempo (ver filmes e séries).
Fui um desses adolescentes que cresci com estas franquias e concordo com tudo. Obrigado pela análise.